Ainda que sua luta fosse na parte de baixo da tabela, o Criciúma definiu o topo da classificação. A vitória do Tigre sobre o Atlético-PR não apenas fez com que os catarinenses saíssem da zona de rebaixamento. O 2 a 1 sobre o Furacão, no Heriberto Hülse, deu a taça do Campeonato Brasileiro ao Cruzeiro e espaço fora do Z-4 aos carvoeiros – após 12 rodadas dentro. O rubro-negro do Paraná não tem mais como conter a Raposa. Resta a briga por vaga na Libertadores, que também tem outra frente, a Copa do Brasil. Ficou o 100º gol de Paulo Baier em Campeonatos Brasileiros.
Ajudar o Cruzeiro era secundário. O Criciúma corria para sair da zona de rebaixamento. Com sangue nos olhos, o Criciúma começou em cima e na frente, com o gol de Fábio Ferreira. Mesmo que o ritmo tenha diminuído, conseguiu o segundo com pênalti convertido por Wellington Paulista – emprestada da Raposa ao Tigre. No segundo tempo, o Atlético-PR cresceu, pressionou e teve apenas uma marca histórica para comemorar, não a vitória. Com um golaço, Paulo Baier assinalou seu tento de número 100 em campeonatos brasileiro. Os donos da casa resistiram o sufoco e fizeram a maioria dos 9.206 torcedores comemorarem a saída da zona de rebaixamento.
A vitória valeu muito ao Tigre, porque conseguiu sair do Z-4 e ainda foi dormir na 15ª colocação. Para tentar continuar fora da zona de rebaixamento, tenta ao menos somar pontos diante de outro paranaense. O Criciúma encara o Coritiba às 21h de sábado, no Couto Pereira. O Atlético-PR pode ter permitido a festa em Minas Gerais, mas segue na segunda colocação e na briga pela Libertadores, embora Grêmio e Goiás tenham encostado com suas vitórias nesta quarta. O Furacão pode se manter na segunda colocação caso vença o Botafogo em embate também no sábado, mas às 19h30m e no Maracanã.
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O Cruzeiro emprestou cinco jogadores ao longo do ano ao Criciúma. A vitória do time da casa seria uma forma de retribuir a parceria e fazer com que a Raposa ficasse com o título nesta quarta-feira, embora apenas dois atletas ainda estejam no elenco. Mas o Tigre tinha um motivo mais importante que gentileza, a necessidade de vencer para sair da zona de rebaixamento nesta rodada, diante a derrota do Vasco para o Grêmio. Com vontade e uma torcida que não se abala com a situação do time na tabela, os tricolores saíram na frente e cedo, aos seis. Na bola levantada, Fábio Ferreira saltou no meio da área e desviou de costas o cruzamento. Quando olhou para o gol, a bola estava dentro.
O mistão do Atlético-PR, com cinco desfalques entre suspenso e poupados, respondia com faltas da intermediária para a área e escanteios. Numa delas, Luiz Alberto finalizou na trave. Com a pressão diminuída em virtude da vantagem, o Criciúma abdicava da gana e ia na trama para tentar ampliar. Foi com troca de passes, que seria gerado o segundo. Deivid derrubou João Vitor quando o volante surgiu para invadir a área. Penalidade assinalada e convertida por Wellington Paulista – coincidentemente o principal jogador do Cruzeiro emprestado ao Tigre.
Cem vezes Baier
Ausente no primeiro tempo, o equilíbrio deu as caras no segundo tempo. O CAP tinha o atacante Ciro no lugar do volante João Paulo. No começo da etapa inicial, uma chance para cada lado, mas o Atlético-PR crescia e teria seu ponto alto aos 15. Paulo Baier pegou uma bola rebatida na intermediária e soltou a patada. Foi ‘o’ 100º gol dele em Campeonatos Brasileiros. A comemoração não foi maior não apenas porque seu time seguia atrás no placar. Foi no Criciúma que ele se projetou ao futebol nacional. Simplesmente, apontou os dedos aos céus e foi reconhecido pelos 9.206 torcedores no Heriberto Hülse.
Os atleticanos cresceram. O Criciúma não conseguia mais jogar e transferiu aflição aos tricolores das arquibancadas. Só aos 35 minutos os torcedores voltaram a se manifestar, com o Tigre reforçado por alterações para segurar o placar enquanto Vágner Mancini fazia o que podia para dar mais ofensividade ao time rubro-negro, com entradas do meia Felipe e do espanhol Fran Mérida. O jogo ficou dramático, e o aperto no peito dos tricolores, jogadores e espectadores, só foi embora quando o árbitro Francisco de Assis Almeida Filho. O Carvoeiro venceu e saiu da zona de rebaixamento – triunfo também celebrado em Salvador, enquanto o Cruzeiro encarava o Vitória antes de festejar.
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