Empenhado em contornar a pior crise interna desde que assumiu a presidência do Vasco, em 2008, Roberto Dinamite aos poucos observa uma debandada de seus homens de confiança. O pedido de demissão do técnico Cristóvão Borges, na semana passada, abriu as portas da rua no cruz-maltino. Alegando desgaste, Humberto Rocha, coordenador da base, José Hamilton Mandarino, vice de futebol, e Marcos Blanco, diretor de marketing, seguiram pelo mesmo caminho. O último a ir embora foi Nelson Rocha, vice de finanças do clube, quarta-feira.
Cada vez mais solitário na presidência do clube, Dinamite busca apoio dentro do próprio clube. Ciente do momento político conturbado, o ex-atacante vascaíno tem se cercado de antigos companheiros. Desde o ano passado, ele tinha ao menos um atleta representante de cada título brasileiro do cruz-maltino departamento de futebol. Agora, são seis.
Espalhados por diversos setores do clube, Cássio, Carlos Germano, Márcio, Clóvis, Sorato e Mauro Galvão se encarregam da missão adicional de não deixar o presidente fraquejar. Um dos últimos a desembarcar na Colina foi o ex-zagueiro Mauro Galvão. Apresentado pelo próprio Dinamite no início da semana, ele assumiu a coordenação das categorias de base, função que ainda não havia exercido na carreira. A falta de experiência, no entanto, não impediu que o mandatário vascaíno depositasse total confiança em seu trabalho.
Assim como pretendia ao contratar outros ex-jogadores com história no clube, Dinamite crê que a imagem de ídolo de Mauro Galvão, capitão no título da Libertadores, em 1998, motive os garotos. Prova disso foi o próprio discurso do ex-zagueiro ao assumir o posto. Poder dar sequência (à carreira) trabalhando com jovens, ainda mais no Vasco, é motivo de satisfação. Um clube que sempre acompanhei. Tive de enfrentá-lo algumas vezes, mas faz parte do futebol. Fazemos coisas que não gostaríamos, disse ele, cheio do espírito vascaíno.
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