RIO - Bastou perder a final da Taça Guanabara para o Botafogo, no domingo passado, e tropeçar no Sousa, da Paraíba, no empate em 0 a 0 em São Januário, pela Copa do Brasil, para o clima no Vasco azedar. A equipe que teve 100% de aproveitamento até a semifinal do primeiro turno e encantava a torcida agora convive com a cobrança. Tudo mudou em apenas quatro dias: de quase campeão a \"time sem vergonha\", conforme cantaram na quinta-feira os torcedores, que chegaram dar as costas aos jogadores nas arquibancadas. Nesta sexta-feira o presidente Roberto Dinamite e o diretor de futebol Rodrigo Caetano reuniram o técnico Vagner Mancini (hostilizado pela torcida no jogo contra o Sousa), a comissão técnica e os jogadores no centro do gramado para uma conversa.
O encontro durou uma hora e 40 minutos. De longe, os jornalistas observavam a lavagem de roupa suja. Pela quantidade de gestos, a cobrança foi forte e os dirigentes pareciam nada satisfeitos com os últimos resultados. Dentre os jogadores o único que se manifestou foi o capitão Carlos Alberto.
Artilheiro do Campeonato Carioca até o momento e festejado nos primeiros jogos, o atacante Dodô parece ser agora o símbolo maior da crise que de repente se instalou em São Januário. Depois da atuação pífia diante do Botafogo, foi mal de novo contra o Sousa, na quinta. Substituído no intervalo, o jogador foi embora do estádio. Uma atitude que não mereceu reação mais forte da diretoria, embora não tenha agradado.
- É natural - disse Dinamite sobre o comportamento no mínimo questionável de seu atacante. - Ninguém aqui é criança e ele mesmo se sentiu mal com a sua atuação. Mas até gostaríamos que ele ficasse para acompanhar seus companheiros - completou o presidente.
Até Dinamite, ídolo eterno do Vasco, já viveu no campo as desventuras de ficar sem balançar as redes. E lembrou isso para demonstrar confiança na recuperação de Dodô.
- Sou o maior artilheiro dos Brasileiros e o maior artilheiro da história do Vasco. Já fiquei cinco partidas sem marcar e a torcida cobrou. Mas depois marquei, marquei e marquei - afirmou.
Apesar de ter perdido apenas uma partida na temporada - a decisão da Taça Guanabara para o Botafogo - o Vasco vive mesmo um momento complicado. O time não faz gol há três jogos (0 x 0 com Fluminense, 0 x 2 Botafogo e 0 x 0 Sousa). O último foi marcado no dia 10 de fevereiro, na vitória por 2 a 1 sobre o Sousa, em João Pessoa (PB). O Vasco estreia na Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca, no domingo, às 19h30m, em São Januário.
- A confiança no grupo existe, vamos tentar acertar para ganhar os jogos e ter boas apresentações. É o be-a-bá do futebol, mas é bom sempre relembrar - declarou Dinamite.
O discurso serve para dar moral ao time. Mas traz também a cobrança por resultados:
- O grupo é bom, mas tem que provar na prática - encerrou o presidente.
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