Direção vê dívidas da SAF como entraves nas negociações; andamento

Há exatamente um ano, o controle do futebol do Vasco passou das mãos da 777 Partners para a direção do clube, comandado por Pedrinho. Se a expectativa inicial era de uma venda rápida das ações, possivelmente para a Crefisa — então parceira da gestão vascaína —, um ano depois o cenário é de indefinição, sem negociações avançadas ou propostas na mesa.

O Vasco mantém conversas com interessados, troca documentos — para qualquer troca, precisa ser assinado um NDA (acordo de confidencialidade) -, mas ainda não teve grandes avanços. Para acelerar as tratativas, a direção está próxima de fechar com a G5 Partners, conforme o ge revelou no fim do mês passado. A empresa presta diversos serviços e vai se encarregar de ir ao mercado atrás de propostas para a venda do futebol do clube. A assinatura deve acontecer nos próximos dias.

Uma dificuldade que o Vasco tem enfrentado nas conversas com possíveis investidores é em relação à dívida do futebol. No último balanço financeiro, publicado no fim de abril, a dívida da SAF era de R$ 1,18 bilhão. Entende-se que, em trocas com interessados na aquisição da SAF, o ponto dos valores sempre "esfria" o interesse de quem pode comprar o futebol do clube.

O ge apurou que algumas situações como potencial de receita e a recuperação judicial jogam a favor do Vasco no mercado de investidores. Essas são vistas como as principais vantagens do clube de São Januário, que também vem cumprindo com salários em dia, está na Série A, cenário diferente da venda em 2022, quando estava na Série B.

A direção de Pedrinho tem o desejo de vender a SAF e não vê a batalha jurídica como um problema com os investidores, uma vez que entende, internamente, que vencerá na arbitragem da FGV sobre os contratos com a 777 Partners.

O Vasco cogitou ir à Europa para ter encontros com interessados em abril. A ideia era se reunir presencialmente, com o desejo de acelerar as conversas com investidores com os quais o clube tem NDAs assinados. No entanto, apesar da vontade de viabilizar as reuniões, os encontros com os potenciais investidores não aconteceram pela indisponibilidade de agenda dos interessados.

O papel da G5 Partners no processo de trazer possíveis investidores se assemelharia ao da KPMG, que foi a responsável pela intermediação da venda do Vasco para a 777 - com comissão de 3% da transação à época.

De acordo com o site da G5, a empresa criada em 2007 calcula que faz a gestão de R$ 35 bilhões em ativos e soma mais de R$ 230 bilhões em transações de fusões e aquisições - além de mais de R$ 190 bilhões em reestruturações financeiras.

O Vasco teve sondagens de alguns investidores e enviou informações quando solicitadas, mas, segundo a diretoria do clube, não houve propostas na mesa até agora. O caso mais notório é o do empresário grego Evangelos Marinakis, que também negocia parceria com o São Paulo. A negociação, no entanto, não teve avanços recentemente.