Em entrevista coletiva, Dorival Júnior analisa a goleada do Vasco frente ao Vila Nova e volta a elogiar a torcida:
\"No primeiro tempo, a equipe começou bem, trabalhando bem a bola, tentando jogar lateralmente, criando oportunidades pelos lados do campo. Fizemos o gol, sofremos o gol de empate, e a partir daí a equipe deu uma caída, é natural. Quando finalizamos o primeiro tempo, a equipe já havia se reequilibrado, já começava a se reposicionar. A entrada dos outros jogadores (Ernani no lugar de Pará, Adriano no de Fumagalli e Magno no de Aloísio) foi importante, sim, mas principalmente a participação de todos. Eu acho que hoje nós jogamos um pouco mais soltos, com um pouco mais de alegria. A participação da nossa torcida também foi diferenciada. Novamente, a grade parte, a grande massa de torcedores que fez a diferença durante todo o campeonato, hoje outra vez, compareceu, prestigiou. Mesmo nos momentos mais difíceis, estava ali, incentivando. Acho que é um somatório de fatores que fez com que o Vasco conseguisse um grande resultado. Foi um jogo difícil, complicado, mas acho que nós tivemos méritos para vencer.\"
Torcedores das sociais hostilizando jogadores e mudança de comportamento do torcedor:
\"É muito simples. Quando é transmitida uma ansiedade de fora para dentro, o time naturalmente vai sentir. O time pode ser experiente, vivido, maduro, como pode ser inexperiente, um time jovem, um time que está sendo formado, um time que tem pouco tempo de trabalho, qualquer um dos dois sentirá, com certeza. O ser humano é movido a tudo aquilo que ele ouve. Naturalmente, se ele se sente confiante, se ele se sente confortável, ele desempenha sua função da melhor forma possível, em qualquer área de atuação. Por isso, não me venham dizer que o atleta tem que estar preparado para as vaias, para os xingamentos, para os apupos, porque nenhum ser humano trabalha dessa forma com tranquilidade, trabalha produzindo se estiver sendo contestado. A torcida está percebendo que só com o apoio, só com a participação, só com o incentivo nos momentos mais difíceis é que a equipe vai ter uma oportunidade maior de resposta. A partir do instante em que nós percebermos que esse é o caminho, com certeza, as coisas serão menos problemáticas, desde que você tenha uma equipe em campo equilibrada, uma equipe produzindo, uma equipe com grandes jogadores, uma equipe que dê uma resposta a essa condição que é demonstrada. E que o torcedor complete com a sua participação direta, porque ele é responsável, e muito, pelo resultado em campo.\"
Desabafos de Amaral e Élton e personalidade do time
\"Personalidade, teve. Tanto é que nos momentos mais difíceis da partida, quando nós sofremos o gol, reequilibramos rapidamente. Acho que esse foi um ponto muito importante. Não que tenhamos feito uma partida exuberante, nada disso. Como toda partida de Série B, tem sido muito disputada. Olhem o Guarani contra o Duque de Caxias, dois gols depois de 27, 28 minutos do segundo tempo, depois o Duque acabou diminuindo. Quanto aos atletas, logicamente que não é o ideal, não é o correto. Eu não sei qual foi a reação dos atletas, porque nós estávamos totalmente à parte, vibrando ali no banco. Se fez o movimento, é um movimento errado. O respeito cabe em qualquer situação. Eu vejo dessa forma. Com certeza, vai ser conversado, vai ser corrigido. Isso não vai existir mais, não.\"
Acertos nas substituições:
\"É muito simples. às vezes, as pessoas não entendem que em futebol, tudo tem o seu tempo. Se vocês falarem que desde que chegaram, [os jogadores] não conseguiram uma confirmação, é um fato natural. O Aloísio ficou quase seis meses sem atuar. O Pará está há praticamente oito meses sem atuar. O Fumagalli veio de uma lesão onde ele ficou quase 45 dias parado, está readquirindo agora sua melhor condição. Fez uma boa partida contra o Bragantino, uma partida não tão boa quanto a Ponte e hoje caiu um pouco mais em razão dessa sequência que ele precisa, mas ainda não está totalmente preparado. Só que pela necessidade, nós tivemos que colocá-lo. Em outros momentos, já foi lançado o Magno, já foi lançado o Ernani e outros atletas que entraram, como o Adriano entrou nessas últimas apresentações e de repente não tenha rendido tanto como rendeu hoje. Não é as vezes que o treinador erra ou acerta. É que você observa determinada situação, quer tentar alterar, que nem naquele momento contra o Figueirense, em que nós colocamos o Rodrigo Pimpão, justamente para ter um atacante mais pelo lado direito e as coisas se inverteram e aquilo para nós foi ruim. É muito relativo, isso. Às vezes você pensa uma coisa e o atleta executa outra, como também você imagina uma situação e o atleta executa além daquilo que você tenha imaginado. Tem os dois lados. É muito difícil você adivinhar em que estado está o atleta nesse momento. Por isso que fica sempre aquela situação, o treinador errou ou acertou. Eu não vejo muito por esse lado, eu vejo muito pelo conjunto, pela equipe. Hoje a equipe produziu e quando todos produzem, o mínimo de jogadores que não estejam no nível são levados juntos. Quando acontece o inverso, quatro não carregam sete. É um problema que faz ou precipita um resultado ruim.\"
Problemas com modificações constantes dificultam muito?
\"O ideal seria a manutenção, até porque a equipe está num processo de transformação outra vez. Nós estamos modificando de novo. É aquele ponto que eu já coloquei para vocês. Quando nos encontramos um meio-campo que jogasse com o Souza e Alex Teixeira, nós estamos há um mês sem eles. Em um mês você não \"mata\" uma situação, você não consegue reformular uma equipe. Ao contrário. Hoje, já ficamos também sem o Carlos Alberto. É praticamente um meio-campo novo. É muito complicado, para qualquer um. Ontem disseram que o Palmeiras não tinha um elenco à altura. Como não tem um elenco à altura? Um time que perde sete jogadores de uma rodada para a outra, você acha que os sete vão entrar no mesmo nível dos demais? Não entram, não tem como. Duas, três substituições, você compõe. Cinco, seis, sete, como vinha acontecendo com o Vasco e aconteceu com o Palmeiras, que é uma equipe num momento diferente do Vasco. Não tem mágica, não existe mágica. No futebol, existe uma lógica que em poucos momentos, ela se diferencia de uma equipe para outra, mas são muito poucos. Os momentos de todas as equipes são muito iguais. Por isso que tudo tem o seu tempo, tem o seu momento. Para muitos, o Ernani e o Magno já não teriam mais oportunidade dentro do Vasco. E de repente, os meninos entraram hoje e começaram a mostrar alguma coisa. Será que eles não têm futebol suficiente, dentro daquilo que todos nós vimos no campeonato regional. Esse garoto, o Magno, fez um belo campeonato gaúcho. Tudo é questão de tempo, momento. O atleta tem que se sentir confiante, a equipe tem que passar alguma coisa de bom para eles. Eu vejo por esse lado. Agora, nem sempre o nosso tempo é o mesmo das necessidades da equipe.\"