A presença de Douglas no meio-campo do Vasco é, sem dúvida, a principal atração do clássico deste domingo contra o Flamengo, no Maracanã.
Não propriamente pela qualidade do seu futebol, que é, sem dúvida, de alto nível.
Mas não é isso.
O que o torna diferente, vejam só, é o fato de ser um meia-armador de origem, o 10 tradicional, um criador nato _ espécie em extinção em nossa fábrica de talentos.
Lembro, e já contei isso aqui, do então técnico da seleção sub 20 da CBF, René Weber, em 2005, alertar para isso.
Queixava-se da falta deste tipo de jogador na base dos clubes.
Logo o Brasil, celeiro que imortalizou a camisa 10 através de Pelé, que encantou o mundo por ser o arco e a flexa.
E fez com que transformassemos em maestro o antigo ponta-de-lança, agora um jogador encarregado de fazer a bola chegar com qualidade ao ataque.
Douglas é, como eu dizia, o 10 clássico.
Que arma.
Que limpa a jogada.
Que chuta.
Que põe os companheiros em condições de fazer o gol.
Não é um cracaço _ longe disso.
Mas tem o DNA dos melhores jogadores.
Aquele que após o par ou ímpar a gente escolhe como um dos primeiros para jogar em nosso time.
Aos 31 anos, com títulos estaduais (paulista, gaúcho e catarinense), nacionais (Séries B e C e Copa do Brasil), Sul-Americanos (Libertadores e Recopa) e até um Mundial de Clubes, Douglas não precisará fazer muito para cair nas graças dos vascaínos.
E até mesmo ter da crônica esportiva o reconhecimento que já não conseguia disputando vaga no meio-campo corintiano.
Basta que encare a oportunidade com seriedade e profissionalismo e jogue o bom futebol já produzido em outros clubes.
Não é muito.