Futebol

E o planejamento para 2026? Diniz é questionado e responde

Aplausos da torcida no fim:

— Acho que isso é um sinal que a torcida reconhece. Tem uma tristeza... acho que a torcida e o time nesses jogos decisivos da Copa do Brasil tiveram uma conexão importante. No sentido de que torcida e time estão sentindo a mesma coisa. Uma tristeza e ao mesmo tempo uma coisa positiva de ter lutado. Futebol não é uma ciência. O jogo de hoje o time que finaliza 16 vezes e o outro seis, quase o triplo, que fica 64% de posse de bola, invade o terço final do campo 44 vezes contra nove, o normal é sair vencedor. Lá em Itaquera já era para termos saído com a vitória, como nos dois jogos do Fluminense também. Esse final de temporada acho que dá um alento para a torcida. Vacilamos em alguns momentos e merecemos ser criticados, mas tivemos momentos brilhantes. Uma vitória super importante contra o São Paulo no Morumbi que quebrou tabu, a vitória histórica contra o Santos, a vitória contra o Inter. A série de quatro vitórias seguidas, em 12 partidas perdemos uma só. E ter chegado na final da Copa do Brasil com um time bastante sólido. A cara que o Vasco tem que ter para o ano que vem é a partir do que aconteceu na semifinal e final da Copa do Brasil. Assim que eu espero que a gente consiga retomar a temporada de 2026.

Planejamento para 2026:

— De uma maneira preliminar já estamos pensando em 2026, mas de forma incipiente. Desde que eu cheguei no Vasco a gente sempre estava muito pressionado. No começo pressionado para sair da zona de rebaixamento e depois pelos jogos decisivos de Copa do Brasil. Também teve a Sul-Americana. Quando tivemos aqueles 12 jogos que fomos bem e aspiramos chegar na Libertadores via Brasileirão, tivemos uma folga que durou pouco. Depois vieram as cinco derrotas seguidas e no final do campeonato a gente estava de novo lutando para se erguer na tabela e não ter chance de cair. Depois vieram esses jogos decisivos. Então não nos aprofundamos muito no tema, mas já conversamos alguma coisa para planejar o ano que vem. Obviamente o maior ganho do time é a manutenção da base e depois repor pontualmente. Daquele jeito que vocês sabem, o Vasco tem dificuldade financeira. Todo mundo sabe. Não vamos contratar o Vitor Roque por 25 milhões de euros, ou Paulinho, do Atlético-MG, que é cria do Vasco. Vamos tentar fazer alguma coisa como fizemos na janela do meio do ano, quando fomos bastante assertivos, para poder pontualmente ajustar o elenco.

Faltou a figura do jogador para chamar a responsabilidade nesse cenário?

- Não acho que faltou isso. Faltou a gente fazer o gol. O Corinthians teve um goleiro que quando solicitado fez defesas importantes, uma defesa que soube se defender... O time teve um protagonismo importante. O time tentou chute de fora da área, tabela, tentou de tudo. Hoje, infelizmente, não conseguimos ganhar o jogo. Não conseguimos ser melhores que o Corinthians em colocar a bola na rede, que é o mais importante do jogo, mas em todo o resto nós fomos muito bons. Eu faço a analogia da vida. O cara se cuida, faz exercício, você não bebe, não fuma e aí tem um câncer e morre. E tem gente que não se cuida e vive para caramba. Mas a probabilidade do cara que se cuida viver mais é maior. O futebol é isso. O que o Vasco precisa é acreditar no trabalho. Se quem joga está consistente a chance de ganharmos é maior. Um dos aprendizados é saber que campeonato de pontos corridos é que todo jogo é decisivo. Campeonato de mata-mata é óbvio que é, mas em pontos corridos fica o recado que todo jogo é decisivo.

Eficiência: mais chutes que o adversário, apenas um gol. Algo a se pensar?

-- Você pode treinar muito e acontecer a mesma coisa. Deixamos de treinar e as coisas acontecem de um jogo para o outro? 15 ou 20 dias atrás estávamos fazendo cinco gols no Inter e poderíamos fazer mais. Tivemos vários jogos com diferença de três gols, fizemos um monte de gols no campeonato. Simplesmente a bola hoje não entrou. Goleiro foi feliz, aí a bola passa na trave, raspando. Tivemos chances na área do Corinthians em que o chute foi travado. Corinthians soube se defender, mérito deles. Treinar nós treinamos sempre. Vamos treinar cada vez mais, mas isso não garante que vamos fazer poucos gols ou golear como foi contra o Inter, ou então fazer só um gol ou nem marcar como foi quarta-feira.

Fonte: ge