Duas temporadas, duas semifinais de Copa do Brasil. Mesmo com toda a turbulência que vive nos bastidores desde o ano passado, o Vasco vem mantendo a competição mata-mata como um porto seguro esportivo e financeiro importante enquanto se reestrutura nas duas áreas. Com a classificação nos pênaltis sobre o Botafogo, na última quinta-feira (5 a 3 após 2 a 2 no agregado), o time ganhou mais três meses para sonhar em avançar mais uma etapa nessa história e voltar a uma final nacional depois de 14 anos — a última foi na própria Copa do Brasil, quando ficou com o título de 2011.
Agora, o técnico Fernando Diniz e seus comandados têm mais de três meses para se preparar para as semifinais, nos dias 10 e 14 de dezembro, em outro clássico complicado, diante do Fluminense. Antes disso, precisam virar a chave para o Brasileirão. Amanhã, recebem o Ceará em São Januário, onde tentam retomar o bom aproveitamento e já não podem mais negociar pontos. A perspectiva na copa, no entanto, é diferente daquela da temporada passada.
Em 2024, o Vasco disputou a semifinal, em outubro, esfacelado em termos de elenco. Adson e David, principais pontas do esquema do então treinador Rafael Paiva, sofreram lesões graves e não terminaram aquela temporada. Mesmo com Philippe Coutinho recém-chegado ao time, o rendimento caiu.
Nos jogos de ida e volta contra o Atlético-MG, o cruz-maltino precisou, por exemplo, utilizar Puma Rodríguez improvisado como atacante, além de dar mais minutos a um contestado Emerson Rodríguez.
Desta vez, o time chega à penúltima fase decisiva da competição com o elenco mais encorpado e mais opções no banco de reservas. Caso do zagueiro Robert Renan, por exemplo, que converteu o pênalti decisivo contra o Botafogo e disputará posição com Lucas Freitas e Hugo Moura. Carlos Cuesta, que não estava inscrito na competição, é outro que ainda fará sua estreia.
No ataque, para além da explosão de Rayan e da chegada de Nuno Moreira, que tomaram conta das pontas, o cruz-maltino tem agora o colombiano Andrés Gómez e o mesmo David, recuperado, como opções.
Em um espaço de três meses, que no futebol são uma eternidade, Diniz e companhia terão tempo de sobra para evoluir e cumprir os objetivos no Brasileirão antes de voltarem ao mata-mata.
— Temos 25% de chances de ser campeões, igual a todo mundo. O campeonato está aberto. São quatro grandes clubes nessa fase. Não estamos mais na Sul-Americana, temos alguns jogos atrasados de meio de semana, mas o fato de não ter a Copa do Brasil beneficia a gente — avaliou o treinador.