Futebol

Engenheiro culpa excesso de jogos por estado do gramado do Maracanã

O gramado do Maracanã não vai ter jeito enquanto o estádio continuar sobrecarregado por jogos, de acordo com o engenheiro agrônomo sócio-diretor da Greenleaf, empresa responsável por cuidar do grama, Paulo Azeredo. A perspectiva é a de que o término da estação inverno e a redução de partidas com o fim da Copa do Brasil tragam uma melhora substancial à qualidade do campo.

– Se não fizéssemos uma manutenção rigorosa, o campo estaria um desastre – contou Azeredo.

De acordo com o diretor da Greenleaf, mesmo com o emprego das técnicas mais modernas em recuperação de gramados, o fechamento do Estádio Olímpico João Havelange fez com que as partidas dos grandes clubes cariocas fossem concentradas no Maracanã e isso o sobrecarregou. Ele destacou que em um cenário ideal, o estádio receberia dois jogos por semana e não três ou quatro como ocorre atualmente.

– Outro problema que tivemos foi o frio e as chuvas. Com a chegada da Primavera/Verão e a diminuição de jogos, o gramado vai se recuperar naturalmente – frisou Azeredo.

Sobre a placa de grama que se soltou durante o clássico entre Botafogo e Flamengo, Azeredo contou que a área tinha sofrido um segundo replantio. O desgaste no local foi provocado pela falta de luz solar e não houve tempo para a recuperação.

– Tivemos de fazer o replantio porque estava na terra. No resto do campo, essa soltura de placas não ocorre. Foi algo pontual, tanto que no outro gol isso não ocorreu. Mesmo o uso de luz artificial não produziu os efeitos esperados – explicou o diretor da Greenleaf.

Quanto a aparência desgastada da grama, ele considerou natural. Frisou não existir nenhum problema que interfira na qualidade do jogo mas sim um efeito visual provocado pelo fato de ela estar arrepiada.

Com a palavra

Paulo Azeredo
Sócio-diretor da Greenleaf

Não é um problema de administração

Também cuidamos dos gramados dos estádios Fonte Nova e Mineirão e se os compararmos com o Maracanã, não há problemas. Mas, neles, só jogam o Bahia ou o Cruzeiro. No Rio, são Flamengo, Fluminense, Botafogo e o Vasco, nos clássicos.
Não é um problema de administração ou emprego de técnicas de recuperação do gramado. É o excesso de jogos mesmo.

Grama escolhida favorece o crescimento

O poder de regeneração para suportar um número maior de jogos foi decisivo para a escolha da grama “bermuda generation” para o Maracanã. De origem americana, ela se diferencia das demais por não precisar da incidência direta de raios solares para o crescimento, que pode ocorrer mesmo na sombra, e ser resistente a variações de temperatura.

O plantio do gramado do Maracanã ocorreu em março. A grama foi toda cultivada em Saquarema, na Região dos Lagos, e transportada em rolos para o estádio.

Foram 360 placas de grama, medindo, cada uma, 18 metros de comprimento por 1,2 metro de largura. Para assegurar a qualidade do gramado, um sistema inédito de drenagem foi implantado.

A irrigação é feita por um sistema de aspersores com comandos individuais e dotados de sensores de umidade. Técnica que evita a utilização de água em excesso.

Fonte: Lancenet!