Episódios conturbados e desgaste com torcida: os últimos 12 dias do Vasco

Quando o Vasco venceu com autoridade o São Paulo por 3 a 1, no Morumbi, no último dia antes da pausa para a Copa do Mundo de Clubes, a expectativa era grande para um crescimento da produção do time com o longo período sem jogos para Fernando Diniz poder treinar a equipe. Em apenas uma semana e meia do retorno aos gramados, porém, o cenário já é de bastante instabilidade tanto dentro de campo quanto nos bastidores.

Em campo, a equipe colecionou decepções nestes 12 dias. Foi eliminada nos playoffs da Copa Sul-Americana para o Independiente del Valle, com direito a uma goleada vexatória de 4 a 0, em Quito; e está neste momento em 16º lugar, com pontuação de zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. São apenas 14 pontos até aqui - mesmo número somado pelo Santos, que abre o Z-4.

O time está há quatro jogos sem vencer, com duas derrotas e dois empates. No Brasileirão, perdeu o clássico para o Botafogo por 2 a 0 e empatou com o Grêmio em 1 a 1, ambos como mandante. Na Sul-Americana, não conseguiu vencer o Del Valle nas duas partidas dos playoffs. Além da goleada sofrida no Equador, empatou em 1 a 1, na volta, em São Januário.

Organizada no CT e episódio de agressão

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O cenário fora de campo contribuiu para dias ainda mais turbulentos no Vasco. Na última quinta-feira, dois dias após a goleada para o Del Valle, a maior torcida organizada do Vasco entrou no CT Moacyr Barbosa, para cobrar jogadores e Fernando Diniz pela sequência negativa. A entrada dos torcedores foi autorizada pelo presidente Pedrinho.

João Victor foi um dos mais cobrados. O clima entre a torcida e o atleta esquentou quando o defensor questionou os membros da organizada pela cobrança. O zagueiro foi acusado de debochar dos torcedores, que o criticaram por fazer passeios com a família "todos os dias" e ir ao "bolichezinho". O jogador questionou "eu?", e membros da organizada ficaram revoltados.

De lá para cá, a relação - que já não era das melhores - estremeceu ainda mais, e João Victor foi massivamente vaiado a cada toque na bola nas duas partidas seguintes em São Januário, contra Grêmio e Independiente del Valle. No último duelo, a torcida fez coro pedindo para que o jogador saia do Vasco.

O zagueiro foi o autor da assistência para o gol de Vegetti contra os equatorianos e chegou a fazer rápido gesto com as mãos nos ouvidos em direção à torcida na comemoração. Na saída do estádio, também comentou que "não pode fazer nada" se os torcedores não quiserem confiar no time e decidirem seguir com as vaias.

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B.O.

O pós-jogo da partida contra o Del Valle ainda reservaria mais um episódio para esquentar o cenário turbulento do Vasco. O influenciador Krav Maroja registrou um boletim de ocorrência na 17ª delegacia de polícia com relatos de ameaça e lesão corporal dentro de São Januário por cinco homens. Entre eles, Marcelo Macedo, conhecido como Tangerina, que ocupa no Vasco a vice-presidência de Relacionamento com a SAF. O diretor nega as acusações.

O ge obteve imagens da confusão após a eliminação vascaína na Sul-Americana. O VP do Vasco, em contato com o ge, disse que o influenciador estava promovendo linchamento aos jogadores e ao presidente Pedrinho nas redes sociais. O dirigente nega que tenha agredido o torcedor e diz que estava retirando Krav de perto de quem o atingiu.

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Críticas a Pedrinho e rompimento da torcida

O reencontro do Vasco com a torcida em São Januário após um mês e meio sem jogos foi repleto de protestos. Contra o Grêmio, o time foi recepcionado com gritos de "obrigação é ganhar no Caldeirão", e faixas de protestos direcionadas à diretoria e aos jogadores foram vistas atrás do gol da arquibancada. Depois do apito final do empate amargo em 1 a 1, a equipe desceu para o vestiário com vaias e gritos de "time sem vergonha".

A paciência da torcida, porém, chegaria realmente ao fim três dias depois, no segundo tempo do empate contra o Del Valle. Com a derrota parcial por 1 a 0 e cinco gols de desvantagem no agregado, a arquibancada deixou de realizar o tradicional apoio ao time e voltou suas forças para fazer críticas à gestão de Pedrinho. Muitos xingamentos direcionados ao presidente foram ouvidos durante toda a etapa final.

Em protesto, os torcedores localizados atrás do gol da arquibancada chegaram a ficar de costas para o jogo durante os primeiros minutos do segundo tempo.

Com a pressão cada vez mais forte, Pedrinho realizará uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira. para dar respostas e tentar amenizar uma relação abalada com o torcedor vascaíno após a sequência negativa de resultados, uma eliminação com vexame e a volta ao Z-4. O time volta a campo no domingo diante do Internacional, no Beira-Rio, pelo Brasileirão.