Não é torneio mata-mata, o Vasco não depende apenas de si nem tem a vantagem do empate. Também não é final de campeonato, não vale título. No entanto, hoje, mais de quatro anos após a conquista da Copa do Brasil, o Gigante voltará a decidir o seu futuro a partir das 17h, contra o Coritiba, no Couto Pereira. A glória do título inédito no passado deu lugar ao desespero da fuga do rebaixamento. E quem esteve em campo em 2011 agora está na torcida para que o clube, mesmo que às avessas, faça história.
A missão não é simples. Se naquela decisão o Vasco foi campeão mesmo perdendo por 3 a 2, dessa vez só a vitória interessa. E o drama não para por aí. Para seguir na Primeira Divisão, o time também terá de torcer por tropeços de Avaí e Figueirense, que encaram o Corinthians e o Fluminense, respectivamente. Com 88% de risco de queda na competição, o Gigante buscará o improvável em uma recuperação que contagiou até quem já deixou a Colina.
O volante Rômulo, hoje no Spartak Moscou, estava no Couto Pereira naquela noite de 8 de junho de 2011. E o jogador até hoje não se desliga do Vasco: “Na partida contra Santos, eu estava indo enfrentar o Rubin Kazan fora de casa e tive que acompanhar os lances pelo celular. Como torcedor, sofro demais (risos)”, admitiu o atleta, que tem trocado mensagens com Eder Luis, autor do gol do título e único nome remanescente daquela conquista no grupo atual.
“Fomos parceiros de quarto na concentração. A mensagem que passo é de acreditar até o fim”, declarou.
E não é apenas Rômulo que está na torcida. Do time campeão em 2011, o zagueiro Dedé, o meia Diego Souza e outros nomes também têm mandado energia positiva ao Vasco. É o caso do volante Fellipe Bastos. Hoje no Al Ain, dos Emirados Árabes, ele também não esconde o carinho que sente pelo Vasco.
“Acredito que essa última rodada vá ser muito emocionante. Por tudo o que envolve. Vasco tendo que vencer, Fluminense tendo que ser profissional. Acho que eles vão ser. Será emocionante para o torcedor. Espero que o Vasco não caia. Tenho amigos funcionários e jogadores. Joguei quatro anos lá e é um clube com o qual me identifiquei. Torço muito por eles”, completou.
Pressão em campo e rivalidade maior após 2011
Em 2011, tanto Vasco quanto Coritiba buscavam o inédito título na Copa do Brasil. Mesmo fora de casa, o Gigante trouxe o troféu para São Januário. E a conquista, na visão de quem viveu aquela final, aumentou a rivalidade entre os clubes desde então. Para Rômulo, a atmosfera que o Vasco vai encarar no Couto Pereira será parecida com a daquela decisão.
"As ruas e o estádio estavam abarrotados. Tinha muito torcedor do Coritiba no Couto Pereira, e a torcida apoiou do início ao fim. A pressão foi grande naquele dia e imagino que agora não será diferente”, disse o volante.
Já Fellipe Bastos torce para que os ânimos não fiquem tão acirrados fora das quatro linhas: “A rivalidade aumentou. Mas torço para que fique só dentro de campo e não haja violência. Espero que o Vasco se dê bem de novo”, completou.
Nenê luta por 'título inédito'
Craque do Vasco no Campeonato Brasileiro, Nenê vive uma situação curiosa na sua vitoriosa carreira. Aos 33 anos, o meio-campo luta para salvar o Vasco do rebaixamento e garante que cumprir a missão dará a sensação de um título.
“A expectativa é muito grande, estamos acreditando bastante. A semana foi muito boa, com foco total nesse jogo, que é o da nossa vida. Vai significar um título pra mim, será um sonho realizado”, afirmou o camisa 10, que acredita nas chances matemáticas de o Vasco se livrar do rebaixamento.
“Quando cheguei, diziam que era praticamente impossível. A própria imprensa falava que já tínhamos caído e tudo. Será algo que ficará marcado na minha carreira, ainda mais aqui no Brasil", declarou o jogador ao site oficial do clube.