Virtudes de um goleiro em qualquer manual básico da posição: frieza, elasticidade, agilidade e senso de colocação. Para sobreviver no futebol, Renan acrescentou outra à lista: paciência. Depois de passar três anos no Vasco e conhecer quatro técnicos sem ganhar sequer uma oportunidade, o goleiro foi para o Madureira. Em menos de três meses, o que poderia significar o ostracismo definitivo despertou-lhe a esperança de dias melhores, agora que ele acordou como herói da classificação para a final da Taça Rio, amanhã, contra o Americano.
- Fiquei esperando, esperando. E trabalhando, claro. Para dizer a verdade, não sei por que não tive nem uma chance. Mas agora é a volta por cima - comemorou Renan, que defendeu dois pênaltis na vitória sobre a Cabofriense no domingo.
Amanhã, Renan verá lá na outra extremidade do campo um companheiro de infortúnios em São Januário. Embora tenha tido chances no time titular do Vasco, Erivélton, o goleiro do Americano, também não se firmou no clube. Quando Erivélton apareceu pela primeira vez em São Januário, Renan confessa que ficou desanimado.
- Pensei logo: \"Ih! Lá vem mais um goleiro para disputar posição\". Mas depois conheci bem o Erivélton e vi que era um cara legal. É mais experiente que eu e me dava vários conselhos - conta o goleiro, que mora em Nova Iguaçu.
Renan se diz pronto para mais uma decisão por pênaltis, se for necessária. Mas espera que os atacantes do Madureira decidam antes. Sem Muriqui, suspenso, Josafá pode ganhar uma chance. Seria a primeira partida do atacante no ano, numa decisão arriscada do técnico Alfredo Sampaio.
- Pela sua qualidade, acho que vale a pena usar o Josafá nem que seja por 15 minutos - disse o treinador.
Caso não escale Josafá de início, Sampaio vai entrar com Marquinhos no meio-campo, o que deixaria o time com só dois atacantes: Fábio Júnior e André Lima.
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