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Executivo do Vasco fala sobre possível reprovação das contas de 2018

O Conselho Deliberativo do Vasco se reúne na noite desta quinta-feira para votar as contas do clube referentes a 2018, primeiro ano da administração do presidente Alexandre Campello.

O Conselho Fiscal, responsável por analisar tecnicamente o balanço e emitir um parecer a respeito dele, supostamente para dar melhores condições aos conselheiros para que se decidam, já protocolou o documento com a indicação para que as contas sejam reprovadas.

 

Foto: Leonardo AchãoJoão Marcos Amorim, vice-presidente de finanças; Alexandre Campello e Adriano Mendes, VP
João Marcos Amorim, vice-presidente de finanças; Alexandre Campello e Adriano Mendes, VP

O órgão se baseia em três fundamentos. Primeiro, que a suposta existência de dois balanços referentes a 2017 atrapalha a análise. Segundo, que seus membros não receberam um relatório circunstanciado da auditoria BDO. E, terceiro, que o superavit registrado no ano passado, de R$ 65 milhões, não reflete a realidade.

O blog ouviu Adriano Mendes, vice-presidente de controladoria do Vasco e principal executivo por trás da administração financeira, para que ele se manifestasse sobre os pontos criticados pelo Conselho Fiscal.
 

Como você entende o parecer emitido pelo Conselho Fiscal?

– Sou o primeiro a defender a independência e o valor técnico do Conselho Fiscal. Tudo tem que ser fiscalizado, ainda mais quando você trabalha com recursos de um clube gigante como esse. Você está representando 10 milhões de torcedores e tem um papel importante. Agora, infelizmente, esse Conselho claramente tem uma atuação política, muito grande, maior do que deveria, e as alegações deles no parecer não se mantêm nem a uma primeira análise. Questões colocadas – como desconfiar de uma auditoria como a BDO, a melhor empresa do país, especialista em futebol, quinta maior do mundo, sem qualquer base para falar isso – beiram a irresponsabilidade.

"Esse Conselho Fiscal claramente tem uma atuação política muito grande, maior do que deveria, e as alegações deles no parecer não se mantêm nem a uma primeira análise", diz Adriano Mendes, VP de controladoria do Vasco.

Na primeira alegação do Conselho Fiscal, o órgão afirma que existem dois balanços publicados em referência a 2017 – um produzido por Eurico Miranda, outro por Alexandre Campello. Eles afirmam que o segundo balanço atrapalha a análise porque mudou os saldos iniciais para 2018. A crítica é pertinente?

– De jeito nenhum. No chamado balanço do Eurico Miranda, há diversos problemas técnicos caso se tenha a intenção de se afirmar que se trata de um balanço, pois se trata de parte de uma prestação de contas. Você tem aí um absurdo de cunho político, tanto é verdade que nem o auditor ou o contador, que participaram da elaboração do tal balanço, nunca foram ao clube para esse trabalho. É quase uma repetição dos números de nosso balanço, mas ele não segue as atuais regras contábeis, que são muito rigorosas e complexas. Então não é um balanço, não é uma peça técnica de natureza contábil. Essa discussão só existe em um ambiente político extremamente polarizado como o que, infelizmente, é o do Vasco. Que não interessa ao clube, não tem respaldo na verdade e tampouco na boa técnica. Não existe fundamento em qualquer alegação de que o Vasco possui dois balanços para 2017, e sim a prestação de contas do Eurico, aprovada pelo Conselho, e tão somente isso.

Em resumo, vocês entendem que Eurico fez uma prestação de contas, não um balanço financeiro propriamente dito.

– Existe um balanço publicado, claramente o melhor balanço na história do Vasco, tecnicamente, e eu gostaria que fosse tratado hoje à noite, com todo respeito, como um avanço do clube Vasco da Gama e não avanço de uma gestão. Contabilidade transparente, de primeiro nível, mostrando os números e colocando a cara a tapa, como tem que ser uma boa gestão, é um desejo dos vascaínos há muito tempo. E que está sendo dado agora. É um tipo de avanço que não tem que ser discutido se é de uma gestão ou de uma pessoa. A discussão política deveria preservar esse avanço do clube.

A segunda crítica do Conselho Fiscal se baseia na alegação de que eles não receberam um relatório circunstanciado produzido pela BDO. O que é um relatório circunstanciado?

– Primeiro eles têm que definir melhor o que eles querem. Na verdade, esse pedido foi feito dentro de uma série de outros, que a gente já respondeu, logo depois do balanço. O relatório é muito específico de recomendações de melhoria no controle interno, que, por praxe, sai muito tempo depois do balanço. Ali não tem nada de avaliação. Mas eu estou presumindo que é isso que eles pediram. O nome que eles colocaram ali não bate tecnicamente. Eu tenho até dificuldade de presumir o que é. Esse relatório é parte menor e não avaliativa, mas de recomendação em relação a procedimentos e controles internos. É parte de um trabalho maior da BDO dizendo que o balanço do Vasco não tem erros graves. Se a auditoria deu opinião dizendo que não tem incorreção, usar um pedacinho do trabalho deles que não tem opinião para justificar alguma coisa realmente não cabe.

A terceira crítica trata do superávit. O Conselho Fiscal diz que ele não pode ter existido, uma vez que o Vasco passar por problemas financeiros, e alega que ajustes no passivo devem ter alterado a demonstração do exercício. Você sabe que ajustes são esses?

– Não sei. Tanto que no, parecer, eles dizem que apesar de não ter evidências documentais eles acham isso. Isso é tratar sem o menor cuidado e respeito um assunto técnico. Hoje há um certo desconhecimento. A contabilidade é uma profissão seríssima, discutida no mundo inteiro, avançada e complexa, e o balanço foi feito por profissionais com longa experiência em fazer isso. A auditoria que foi contratada, a BDO, participa de um fórum para rediscutir as regras contábeis de todo o futebol. Na questão do superávit, na verdade, tanto ele foi usado para pagar dívida que o endividamento reduziu. E a maior parte dos ajustes, uma página inteira, também vem de acordos que nossa diretoria fez para reduzir dívidas. O balanço do Vasco, um clube gigante, no exercício do ano passado, teve inúmeros eventos econômicos e contábeis de complexidade gigante. Olhar de fora, sem evidência, e dizer que teve isso e aquilo é realmente de uma falta de cuidado ao expressar qualquer opinião.

"Olhar de fora, sem evidência, e dizer que teve isso e aquilo é realmente de uma falta de cuidado ao expressar qualquer opinião", diz vice-presidente de controladoria do Vasco.

O que você diria aos conselheiros que votarão as contas?

– Reitero a questão de que a maior mensagem que precisamos passar para quem vai estar hoje à noite lá, para debater esse assunto, como outros, para a torcida que está fora, para analistas como você, é que o futebol brasileiro está em transformação e os bons exemplos profissionais começam a fazer diferença. Hoje em dia a gente vê a disparidade quando a gente liga a tevê para ver um jogo. Um avanço num balanço contábil, de primeira qualidade, não deveria ser algo para discussão política. Isso precisa ser combatido. Um bom balanço foi o primeiro passo de todos os clubes que estão mais fortes.

@rodrigocapelo

Fonte: (ge)
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