A classificação do Vasco para as oitavas de final da Copa do Brasil foi um treino de emoções para os jogadores em São Januário. Foi assim que o técnico Fernando Diniz avaliou a vitória nos pênaltis (7 a 6) após o empate por 1 a 1 no tempo regulamentar. E haja emoção. O goleiro Léo Jardim pegou três cobranças para garantir a vaga do time na próxima fase.
- A história do jogo de hoje começou no sábado. Teve uma descarga muito grande de energia física e psíquica que a gente não teve tempo hábil para recuperar. Foi um jogo fora dos padrões habituais que o Vasco vinha jogando, então todo mundo estava muito feliz e descarregou muita coisa. Com dois dias, tendo que fazer ajustes, acho que foi o principal fator. Tanto física quanto psiquicamente, a gente não foi o mesmo time, nem o mesmo da minha estreia, a gente estava abaixo. Enfrentamos um time perigoso, que tem um bom investimento para a Série B, com jogadores que já jogaram em grandes clubes, um time organizado, que vinha com confiança de três vitórias. Campeão paranaense, e acho que os três últimos confrontos do Estadual eles ganharam nos pênaltis. A gente tinha um adversário difícil e estávamos abaixo da nossa melhor condição - afirmou Diniz.
- Jogamos menos até do que jogamos contra o Lanús em termos de postura. Mas não jogamos mal, oscilamos muito mais do que nos outros dois jogos. Nessa oscilação, parecia que poderia acontecer alguma coisa a qualquer momento e o Operário fazer um gol. A gente teve umas três ou quatro chances para matar e não matou. Deixamos o adversário vivo, e eles acabaram tendo a felicidade de fazer o gol no final do jogo em uma bola improvável, com um cruzamento muito alto e uma bola que entrou devagar no canto. O importante hoje era classificar. A gente não escreveria esse roteiro, mas para o time acaba sendo uma coisa muito forte, e a disputa de pênaltis do jeito que foi acaba treinando algumas emoções, o aspecto anímico que, sem a disputa, a gente não treinaria - completou.
Foram 18 cobranças de pênaltis em São Januário. Além das três defesas de Léo Jardim, o goleiro do Operário, Elias, também pegou as cobranças de João Victor e Paulo Henrique. Questionado sobre a definição da ordem de quem bateria os pênaltis do Vasco, Diniz citou os treinos e a confiança nos jogadores que mostraram coragem e se colocaram à disposição.
- Acho que, na questão anímica, a maneira como eles responderam à disputa dos pênaltis foi muito boa, diferente do que aconteceu na Argentina quando tomamos o gol do Lanús. Os jogadores estavam inteiros, minha participação foi de encorajamento. Gosto de quem se posiciona para bater, isso vai na posição do João Victor. Ele treinou ontem, treinou bem e foi um dos primeiros a se colocar à disposição. Essa coragem é muito importante. Se não tivéssemos passado, não íamos crucificar ninguém aqui.
- Gosto muito mais do jogador que se apresenta para bater e erra eventualmente, do que o que se esconde. É um jogador experiente, uma das referências do time, e já tinha batido bem ontem tecnicamente. Se posicionou, então bateria, não tinha porque não bater. A ordem foi daqueles que eu tinha mais confiança do que estava acontecendo nos treinos e na disposição ali do campo, de quem estava mais confiante para bater na hora. Fomos posicionando os que achamos que tinham mais chance de bater, sempre faço isso. O Vegetti, o Tchê Tchê que eu já conheço bem em disputas e tem um aproveitamento muito bom. Fui colocando nessa ordem.
Além da vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Vasco embolsou mais de R$ 2,3 milhões em premiação com a classificação. Somando este valor com as bonificações das fases anteriores, o time de São Januário já ganhou mais de R$ 5 milhões.