Ele pode até não ser o jogador mais experiente ou vencedor do grupo. Mas já ficou claro que Fernando Prass superou o baque provocado pela perda da Taça Guanabara melhor do que os outros. Longe da insegurança refletida no futebol do time, o goleiro tem sido peça fundamental para garantir as vitórias em tempo de vacas magras.
Basta uma breve olhada nos números para constatar que o camisa 1 da Colina tem trabalhado bem mais durante as partidas. Só contra o Bangu, quarta-feira, fez seis defesas, quatro delas perto do fim.
Ao LANCE!, Prass contou que não crê em fórmulas especiais ou algum tipo de mentalização. Para estender as mãos à equipe e evitar que o Vasco seja atropelado pela crise técnica instalada, somente o esforço diário. Redobrado, na realidade.
– O segredo talvez seja chegar mais cedo e trabalhar ainda mais. Se eu praticar 20, 30 lançamentos a mais, mesmo num momento em que a confiança não esteja alta, dificilmente vou errar – ensinou o goleiro.
Nas costas já são quase 15 anos de carreira e vivência suficiente para vaciná-lo contra o abatimento. Ter jogado para públicos reduzidíssimos em Portugal com frequência, após ser ídolo no Coritiba, é um exemplo.
– Também sinto a chance desperdiçada, mas passo muito ao pessoal o que já vivi e consigo ajudar, assim como fizeram comigo um dia. Torna a chateação deles menor. Até porque não adianta enfiar a cabeça numburaco.Odinamismo do futebol, quarta e domingo, é imperdoável – citou.
Na avaliação cautelosa, é cedo para apontar que o grupo cruzmaltino foi mais fácil do que os rivais encarados agora. Mas é bom se preparar.
– Foram só duas de oito partidas, né? Numa análise superficial, parece que vamos sofrer mais – disse.
Porém, para quem tem um goleiro tinindo, isso não será problema.
\"Prass quer mais treinos e puxa outros\"
Carlos Germano, treinador de goleiros do Vasco
Não me preocupo com o Fernando. Pela experiência e dedicação dele, sei que estaria pronto num momento como esse.
Nunca reclama de nada e só pede para treinar mais. Com isso, puxa os outros. Costumo lembrar a eles que é fundamental estar sempre 100%, pois as derrotas estão sujeitas a estourar no goleiro.
Vê-lo ir bem não é surpresa.
Conheço o Fernando desde a época em que o enfrentei num Vasco x Coritiba, em São Januário. Quando ele foi para Portugal, estava lá e acompanhei sua evolução. Acho até que, se estivéssemos na Série A em 2009, ele teria seu nome citado na Seleção.
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