O Vasco entre em campo na noite desta quarta-feira, na Venezuela, para enfrentar o Puerto Cabello, em sua quarta partida na Copa Sul-Americana, enrolado numa de suas maiores crises institucionais: falido, sem credibilidade e competência para a gestão de seu departamento de futebol; com os poderes do clube rachados entre si; presidente tentando intimidar jornalista em tribuna de imprensa; segurança agredindo torcedor; e ex-atletas trocando farpas em atos políticos. O recorte resgata os piores dias da administração Eurico Miranda.
Ontem (06/05), a diretoria divulgou o plano de pagamento a credores exigido na recuperação judicial e assustou a forma como tratou a dívida de R$ 23 milhões com o ex-presidente Jorge Salgado. Acusado de ter feito péssimo negócio na venda de 70% das ações da SAF, criada para tirar o Vasco do atoleiro que o levou à Série B, o benemérito irá receber só 10% do valor cedido ao clube — pouco mais de R$ 2 milhões. E em 12 ou 19 anos, conforme a taxa de juros aplicada: 1% ou 3% ao ano.
É como se o Palmeiras limitasse em R$ 20 milhões os R$ 200 milhões que o ex-presidente Paulo Nobre injetou no clube em 2013. Ou, em seu momento mais difícil, se negasse a quitar a dívida de mais de R$ 170 milhões com a Crefisa de Leila Pereira. O Vasco se fez centenário com a benemerência de seus mais antigos cardeais, e a decisão de tratá-lo como um credor comum acirra a divisão política. A eleição é no fim de 2026, mas os grupos contrários à atual gestão já movimentam bastidores. Pedro Paulo, o presidente cruz-maltino, precisa que o time acalme os ânimos.