Apaixonado pelo Vasco. É assim que a família do motorista Eumar Lopes Vaz (foto em destaque) define o rapaz, brutalmente agredido por um grupo de flamenguistas dentro de ônibus coletivo do Distrito Federal na noite do último domingo (21/9), horas após o Gigante da Colina empatar em 1 x 1 com o Flamengo pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Eumar, também conhecido como Dark, não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na madrugada dessa segunda (22/9), aos 34 anos.
Conforme noticiado pelo Metrópoles, a vítima embarcou em um ônibus na altura da QS 120 de Samambaia, por volta das 19h30. O veículo fazia a linha 812.1, que sai do Sol Nascente rumo ao Recanto das Emas, passando por regiões como Samambaia e Riacho Fundo II. Eumar estava com uma camiseta do Vasco na mão e, ao embarcar, o motorista pediu que ele vestisse. Havia diversos flamenguistas armados com facas e pedaços de pau dentro do coletivo, e eles agrediram e esfaquearam o vascaíno.
Irmã de Eumar, a esteticista Kellyane Alves, 40, considera uma “fatalidade” o fato de o irmão ter entrado em um ônibus com torcedores rivais. “Foi uma fatalidade, uma falta de sorte. Quando ele entrou no ônibus, esses monstros todos já estavam lá dentro”, lamenta Kellyane.
O vascaíno fazia parte da Força jovem Vasco (FJV) no DF. “Meu irmão era um cara que fazia tudo pela torcida, era um torcedor de verdade. Fez diversas ações sociais. Sempre foi apaixonado pelo Vasco”, conta a irmã.
“Meu irmão era um homem bom, muito querido por todo mundo. [No dia da morte] ele só estava curtindo a paixão dele, que era o Vasco, não estava fazendo mal a ninguém, estava voltando para casa para descansar e trabalhar no dia seguinte.”
Kellyane foi a primeira da família ao saber que o irmão havia sido agredido. “Eu estava em casa, pronta para dormir, quando um amigo dele falou comigo. Momentos depois, outro colega dele confirmou que o Elmar foi levado ao Hospital Regional de Ceilândia [HRC]. Me troquei e corri para o hospital”, relata.
“Chegando lá, a cirurgia dele havia acabado e ele estava prestes a ser levado à UTI. Conversei com um médico, e ele me disse que a situação era realmente grave”, relembra Kellyane.
“Foram duas facadas, segundo o médico. Uma foi superficial, no braço, mas outra foi no peito, chegando a perfurar o pulmão.”
“Como eu não poderia ficar para acompanhá-lo na UTI e só poderia vê-lo de manhã, eu deixei meu contato para qualquer notícia e voltei para casa. Às 6h de segunda-feira, uma médica me ligou dizendo que meu irmão não tinha resistido”, explica.
Eumar deixa dois filhos, de 3 e 12 anos, e era motorista em uma madeireira no DF. Ele era morador do Riacho Fundo II.
Os agressores não haviam sido identificados até a última atualização desta reportagem. A informação de que o grupo faz parte da Torcida Jovem do Flamengo também não foi confirmada pelas autoridades.
A Polícia Civil do DF (PCDF) cogita pedir à Justiça o fechamento do 23° Pelotão de Brasília da Torcida Jovem do Flamengo, localizado em Samambaia, para auxiliar na identificação dos suspeitos.