O clássico de hoje que começa a decidir a Copa do Brasil pode não ter elencos de astros, mas entre aqueles que começam a final, o currículo é vasto. Na soma dos titulares de Flamengo e Vasco, são 50 títulos em campo, um número respeitável entre 22 jogadores, uma média acima de dois por jogador.
No topo dessa lista estão Luizão e Edilson, com 12 e 13 títulos, respectivamente. Coincidência, ambos estiveram na Copa do Mundo de 2002 e nunca venceram a Copa do Brasil. Luizão ainda se gaba de ter conquistado a Copa Libertadores, título que o amigo e ex-companheiro também não conquistou.
Dos 11 titulares do Flamengo para o primeiro jogo da final, salvo alguma modificação de última hora do técnico Ney Franco, apenas três jogadores não sabem o que é ser campeão como profissional: o lateral-direito Leonardo Moura, o zagueiro Renato Silva e o apoiador Renato Augusto.
Dos que já tiveram a chance de ser campeão em suas carreiras, o goleiro Diego, o zagueiro Fernando e o cabeça-de-área Jônatas já venceram com o Flamengo.
No Vasco, apenas quatro jogadores podem se orgulhar de ter levantado taça. Além de Edilson, que foi 13 vezes campeão, Ramon, Morais, no estadual de 2003, e Wagner Diniz têm experiência quando o assunto é título.
De todos os jogadores relacionados para a decisão da Copa do Brasil, que começa hoje à noite, somente dois já levantaram este troféu: Ramon, pelo lado cruzmaltino, e Renato, pelo lado rubro-negro.
Na próxima quarta-feira, apenas um irá comemorar o bicampeonato desta que é a segunda competição mais importante do país.
Ramon a conquistou pela primeira vez em 1993, quando defendia o Cruzeiro. Já Renato se sagrou campeão com o Corinthians, em 2002.
O mais curioso é que nem Ramon, e nem Renato, foram decisivos nessas vitoriosas campanhas de Cruzeiro e Corinthians, respectivamente. O meio-de-campo vascaíno, por exemplo, sequer entrou em campo nas finais contra o Grêmio embora tenha jogado as semifinais, diante do Vasco, e as quartas-de-final, contra o São Paulo. Nem por isso, porém, ele fala com menos carinho daquela conquista. Na casa dos pais, em Belo Horizonte, guarda até hoje a medalha e a faixa.
- A Copa do Brasil é atípica, por se tratar de mata-mata.
Ela premia o time que erra pouco. É por isso que estamos na decisão analisou Ramon.
Diferentemente do jogador vascaíno, Renato atuou pelo Timão nas finais, disputadas contra o Brasiliense. Mas era reserva daquele time comandando por Carlos Alberto Parreira. Nos dois jogos, entrou no lugar de Leandro, exFluminense e hoje no São Paulo.
- Nem todos no Flamengo tiveram a chance de serem campeões.
Eu tive e sei como é importante para a carreira de um jogador - disse.
Mas como quem vive de passado é museu, Ramon e Renato querem mesmo é falar do presente. Fora o título, há mais em jogo para os dois jogadores. O camisa 9 da Colina tem a chance de vingar a derrota sofrida para o Flamengo na final do Estadual de 1999. Já o capitão da equipe rubro-negra ainda está na briga pela artilharia desta edição da competição - tem um gol a menos que o atacante vascaíno Valdiram.
- Vivo um momento muito bom na minha carreira, talvez o melhor falou Renato, não menos confiante de que Ramon, que está em sua terceira passagem por São Januário.
- O Vasco pode vencer jogando bem, como já fez - rebate o meia.
Ramon é o mais vitorioso destes três, com dez títulos na carreira. O primeiro deles foi conquistado há 16 anos, quando tinha apenas 18 anos. Na época, era uma revelação do Cruzeiro.
No banco de reservas, Ney Franco foi campeão como técnico do Ipatinga, no Campeonato Mineiro de 2005, e vice este ano. Renato Gaúcho, que tem um vasto currículo como jogador, ainda busca seu primeiro título como técnico.
Pelo lado do Vasco, há mais dois campeões da Copa do Brasil. Só que eles não podem entrar em campo.
Um é o técnico Renato
Gaúcho, que conquistou este título como jogador em 1990, pelo Flamengo. O outro é o cabeça-de-área Amaral, que no ano passado levantou o troféu pelo Paulista, na decisão contra o Fluminense. O jogador, que no segundo semestre de 2005 atuou no Vasco, foi recontratado mês passado, e portanto não pôde ser inscrito.
Pelo lado rubro-negro, há jogadores que passaram perto de conquistar a Copa do Brasil. O goleiro Diego, por exemplo, era reserva de Júlio César na fatídica derrota do Flamengo para o Santo André, em 2004. O cabeça-de-área Jônatas também foi vice naquele ano. Já o zagueiro Fernando era do time do Fla que em 2003 perdeu a final para o Cruzeiro. Por sua vez, o meio-de-campo Toró e o lateral-esquerdo Juan foram vices com o Fluminense no ano passado.
Já o atacante Luizão quase ganhou esta competição em 1996, mas seu Palmeiras caiu diante do Cruzeiro.
Voltando ao Vasco, Edilson também já foi vice da Copa do Brasil.
Foi em 2003, quando ele estava jogando no seu rival de hoje à noite.
Mais lidas