A diretoria do Vasco se propôs a uma renovação de elenco e entregou parte da missão a um treinador que não tem, entre suas virtudes, a de construtor de equipes competitivas.
Cristóvão Borges, quando herdou um time montado, conseguiu resultados interessantes, embora nem sempre correspondesse à expectativa criada.
Por isso, e só por isso, sua contratação para o cargo de arquiteto de uma nova identidade vascaína não foi das mais felizes _ mesmo levando em consideração a precariedade financeira do clube.
O Vasco deixou de lado os jogadores velhacos, cujos contratos ainda permanecem em vigência, e foi atrás de outros, por vezes nem tão mais jovens, ou nem tão mais talentosos.
E há um mês, alertei por aqui, que era cedo demais para atestar se Escudero, Gilberto, Jean, e Kelvin poderiam ser tratados como "reforços" para o Vasco disputar os principais títulos.
Talvez, muito talvez, Muriqui e Vagner possam ser encarados, pelo conjunto da obra, como jogadores de um nível superior a Diguinho, Jorge Henrique e veteranos do mesmo quilate.
Reforço, reforço mesmo, o clube conseguiu apenas Luís Fabiano, em que pese os 36 anos, e em que pese também a necessidade de tempo para o atingimento de um melhor nível competitivo.
Mas tudo isso é até compreensível.
Sem dinheiro, sem prestígio e sem saída, o Vasco faz o que pode _ e o que pode hoje é confiar seu destino ao empresário Carlos Leite, responsável pela presença de Cristóvão Borges no cargo.
Leite, que já representa os pratas-da-casa Luan, Douglas, Matheus Vidal, Guilherme Costa, e até a estrelinha Paulinho da seleção sub 17, deu em troca Kelvin e Jean, enquanto tenta Bruno Paulista.
Não é o modelo que os vascaínos gostariam, tampouco é o ideal, porém, é o que resta para este último ano da atual administração.
Cristóvão, coitado, não tem um grupo física e tecnicamente bem preparado, e comprova não ter competência para traçar e executar estratégias competitivas num cenário tão desfavorável.
É, de fato, missão difícil.
Tanto que errou na montagem do time para o primeiro jogo contra o Vitória, em São Januário, pela terceira fase da Copa do Brasil, e o empate em casa foi determinante para a derrota no Barradão.
O Vasco está então eliminado e não resta muito o que fazer, a não ser torcer pela aceleração do amadurecimento do time como um todo_ com ou sem Cristóvão Borges, há de se encontrar uma saída!