Com pedido de recuperação judicial em curso desde o final do ano passado, o Vasco conseguiu na 4ª Vara Empresarial o terceiro prazo da suspensão de execuções contra o clube e a SAF, que entraram em conjunto no processo de RJ em outubro de 2024.
Inicialmente, o Vasco conseguiu 180 dias do chamado “stay period” a partir de 24 de outubro – marco inicial do processo de recuperação judicial. No fim do primeiro período, em 22 de abril, mais 90 dias. Em decisão desta semana, a juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes deferiu o pedido vascaíno e concedeu terceiro prazo – mais 90 dias a partir de 22 de julho. O que significará um ano completo – pois o novo prazo terminará no final de outubro - com suspensão de todas as execuções.
No despacho, a magistrada registrou que novo pedido de prorrogação precisará ser deliberado pelo credores da Assembleia Geral de Credores do Vasco. Também reforçou que “a administração judicial (da recuperação) e a recuperanda (Vasco) deverão atuar em conjunto para realização da Assembleia Geral de Credores dentro do referido prazo”. Ou seja, devem aprovar o plano de pagamento do Vasco neste próximo período.
Ao mesmo tempo em que pede a extensão de prazo sem execuções, o Vasco espera autorização nos próximos dias para receber os adiantamentos das vendas de Clayton e Orellano. A juíza pediu manifestações tanto do Ministério Público quanto das administradora judiciais - as empresas Wald Administração e K2 Consultoria.
O MPR-RJ e os administradores da Recuperação Judicial concordaram com os pedidos do clube, mas fizeram ressalva para que a diretoria do Vasco “apresente a destinação exata dos recursos captados, com a alocação detalhada por centro de custo e finalidade”.
Durante a coletiva de imprensa, o diretor geral Carlos Amodeo tratou do pedido de antecipação das receitas das vendas dos jogadores. Disse que o planejamento da diretoria garante a manutenção dos salários e das despesas correntes do clube em dia até o final de 2025.
- Nós fizemos um pedido à juíza da recuperação judicial para anteciparmos as parcelas que temos direito a receber de vendas de atletas tanto do Rio Ave quanto da MLS, relativo ao Clayton e ao Orellano, respectivamente. Essa operação é importante dizer que sempre que falamos de recuperação judicial, falamos da necessidade de captar recursos externos através de instituições financeiras. Essa operação que estamos olhando junto ao Rio Ave e à MLS é que minimiza a necessidade de captação de recursos externos com uma taxa muito alta de mercado. A gente tem uma taxa de desconto com fundos internacionais desse recurso inferior a 100% do CDI, então é uma operação vantajosa para o Vasco porque substitui uma eventual outra operação muito mais onerosa ao Vasco por uma operação de custo muito menor. Nós ainda não realizamos, mas fizemos esse pedido. Está dentro de uma questão de planejamento financeiro - disse Amodeo.