O último gol do Vasco na Libertadores foi marcado no dia 14 de fevereiro, pelo atacante Rildo, na goleada por 4 a 0 sobre o Jorge Wilstermann, ainda pela fase classificatória, em São Januário. Desde então, o Cruz-Maltino já disputou quatro partidas e não balançou as redes com a bola rolando (só nos pênaltis diante dos bolivianos). Qual é o motivo da seca? Ouvimos especialistas.
O Vasco não deixou de finalizar nos jogos em que está sem marcar, mas a pontaria precisa ser calibrada. Em quatro partidas, contra Jorge Wilstermann, Universidad de Chile, Cruzeiro e Racing, o Cruz-Maltino finalizou certo apenas nove vezes. Em contrapartida, errou o alvo adversário em 28 oportunidades.
Na goleada por 4 a 0 para o Racing, por exemplo, na rodada passada da Libertadores, o Vasco só finalizou certo três vezes e sete sem direção. Para o comentarista Juninho Pernambucano, a falta de opções para o setor ofensivo (de criação e de finalização de jogadas) atrapalha o Cruz-Maltino.
- Nós não temos no futebol brasileiro grandes atacantes para serem contratados. E quem tem vende caro. O problema do Vasco é o dinheiro, então é uma coisa normal. O torcedor vai se desesperar, mas o Vasco está fazendo o que pode. Sempre tem de acreditar que pode melhorar, mas um time limitado é um time que não cria tanto e que faz poucos gols - diz Juninho.
Junior também alerta: falta peças no mercado para que o Vasco consiga reverter a situação. Por isso, é preciso que os jogadores do próprio elenco busquem uma solução, marcando mais gols, para que a seca na Libertadores acabe.
- O Vasco tem jogadores como o Rildo, de velocidade, que é muito mais de complemento, de armação, do que de finalização. É lógico que não tem nem mesmo no mercado jogadores que você coloque ali e vão te garantir 10 ou 15 gols na temporada. Tem jogadores que precisam fazer parte de um conjunto, daquilo que é a equipe. Quando o coletivo funciona, você vê jogadores se sobressaindo, como no Fluminense, com o Pedro. O conjunto começou a funcionar, e o centroavante apareceu - disse o comentarista.
A psicóloga Maíra Ruas admite que, em alguns momentos, o nível de estresse dos jogadores vai aumentar no decorrer das competições. Apesar disso, ela alerta: é importante não mudar o planejamento de trabalho para a temporada.
- O importante é não sair do protocolo. Existe todo um planejamento para cada momento do campeonato. Então, a gente sabe que vai ter um momento em que o nível de estresse vai ser maior, quanto mais o campeonato vai andando. O melhor é a preparação mental, porque situações vão acontecer e às vezes as oportunidades são únicas de se efetuar aquele gol - disse a psicóloga.
E o Vasco vai precisar mesmo de calma nas próximas partidas da Libertadores. Nesta quinta-feira, por exemplo, o Cruz-Maltino enfrenta o Racing às 21h30 (de Brasília) pela quarta rodada da fase de grupos. Em último lugar na sua chave, a equipe comandada pelo técnico Zé Ricardo precisa da vitória para seguir viva na competição sul-americana.
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