Lancetta prioriza a base e fala sobre reforços

O superintendente de futebol Carlos Alberto Lancetta fala sobre a sua primeira passagem pelo Vasco.

"Passei pelo Vasco há exatamente 25 anos atrás. Fui preparador físico da equipe do Vasco com o saudoso professor Otto Glória, que estava voltando de Portugal, depois do sucesso que teve na Copa do Mundo de 66. Em 83 ele voltou ao Brasil e tive o prazer e a honra de trabalhar no Vasco da Gama com o Seu Otto Glória. O prazer de estar com ele, que era uma figura lendária no futebol internacional, não só no brasileiro, porque foi o primeiro grande técnico brasileiro com sucesso na Europa. E também de estar trabalhando no Vasco, que era o clube do coração do Seu Otto", disse ao jornalista Wellington Campos, no programa "Bandeirantes Rio no Futebol", da Rádio Bandeirantes.

TRABALHO

"É muito prematuro. O que eu poderia dizer é que me sinto muito honrado de estar trabalhando no Vasco, em um novo projeto, que verdadeiramente traz a oportunidade de se fazer uma gestão extremamente profissional, esportiva, dentro dos moldes internacionais. A gente se sente muito entusiasmado com o projeto e espera poder cumprir e obedecer às expectativas dessas pessoas que tiveram a preocupação e o carinho de terem me procurado para trabalhar no Vasco".

VASCO 3X3 FLUMINENSE, PELA 14ª RODADA DO CAMPEONATO BRASILEIRO

"Acho que o início foi muito bom. A gente teve uma participação muito boa no primeiro tempo. Tivemos um deslize em oito minutos de jogo, em que houve uma desatenção. Mas de uma maneira geral, a participação do Vasco na partida de ontem com o Fluminense, foi a melhor, pelos menos das últimas partidas que acompanhei do Vasco. Essa participação de ontem foi muito boa. O Vasco jogou bem melhor do que das vezes anteriores".

"A expectativa é muito grande. Acho que verdadeiramente a gente está começando a colocar as coisas no eixo. A equipe começa já a ter um aproveitamento satisfatório. Bem próximo a gente já vai ter um rendimento desejado pela torcida. Com certeza, os resultados favoráveis vão acontecer".

NEGOCIAR PROMESSAS

"O que posso dizer é que a gente não tem conhecimento profundo de toda essa mecânica na transação desses meninos. Mas pelo que tenho conhecimento, isso é um acordo que foi feito anteriormente, não por essa diretoria. Os compromissos já haviam sido assumidos. Cumpre, a quem está na função, responder pelos compromissos assumidos anteriormente. O presidente atual [Roberto Dinamite] é que responde sob todos os aspectos, não é só nos compromissos desportivos, mas de ordem jurídica e fiscal, pela responsabilidade do clube. Compromissos assumidos, cabe à nova diretoria cumpri-los. É isso que está acontecendo. Não tenho conhecimento profundo, mas acredito que seja essa a informação".

"Particularmente, acho que o valor que se tem hoje nos clubes, a maior receita que se tem, é proveniente das categorias de base. O trabalho na base, verdadeiramente, tem que ser cultivado. Esses jovens só devem ser negociados após um período de maturação dentro do próprio clube, porque o clube tem que ter também a oportunidade de tê-los como jogadores de destaque. Agora, o que é irreversível, em função da oferta e procura, que é o mercado internacional... Todos os clubes hoje no Brasil vendem os seus jogadores, porque essa é a maior fonte de renda que se tem. Isso você não pode negar. Hoje todos eles. É o São Paulo... Vimos agora a LDU, que jogou com o Fluminense e foi campeão da Libertadores. No anterior eles tinham vendido jogadores e arrecadado aproximadamente R$ 40 milhões. A fonte de renda maior, do orçamento, da receita que eles tiveram no ano anterior, foi da venda de jogadores. Fatalmente agora, com os resultados que conseguiram na Copa Libertadores, eles vão vender outros jogadores. Mas essa fonte de renda tem que ser reaplicada nas categorias de base, porque o Brasil é rico em talentos no futebol. Com certeza, outros atletas bem trabalhados poderão ser formados nas categorias de base. Tudo passa pela base. Sendo sabedor da importância que têm as categorias de base, penso dessa forma, que os jovens talentos devem ser preservados. Mas também entendo que fica muito difícil, dentro de uma situação econômica dos clubes, você mantê-los por muito tempo".

REFORÇOS, PRINCIPALMENTE PARA A DEFESA

"A idéia, o pedido do treinador Antônio Lopes, é que se atenda a esse aspecto, setor da equipe. Mas o Roberto, por estar fazendo realmente uma administração profissional, primeiro precisa tomar pé do quadro econômico financeiro do clube, para que se possa comprar, adquirir atletas de bom nível. Também não adianta o Vasco adquirir jogadores que não venham verdadeiramente contribuir, participar da equipe de profissionais do Vasco".

COLABORAÇÃO PARA O RIO SEDIAR OS JOGOS OLÍMPICOS DE 2016

"Estou na equipe, fazendo todo o planejamento, o documento que já foi enviado ao Comitê Olímpico Internacional, da pré-candidatura. Agora a gente está na fase final da elaboração do dossiê final, para que já no final do mês de outubro comece a receber as visitas técnicas dos membros do Comitê Olímpico Internacional, para avaliar as condições da cidade do Rio de Janeiro, para que possa sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

"Todos os equipamentos que foram construídos para o Pan-americano vão servir de base para esse dossiê de 2016. Mas independente disso, o fato da gente estar sediando a Copa do Mundo de 2014 cria uma infra-estrutura muito humana muito grande e nos dá esse apoio, suporte para a Olimpíada de 2016".

"Cabe ressaltar também que antes da Copa do Mundo de 2014 teremos no Brasil uma competição do mesmo porte, a nível de importância internacional, que são os Jogos Mundiais Militares, que acolhem aproximadamente, entre atletas e dirigentes, 7 a 8 mil participantes. Isso também vai nos dar uma experiência muito grande para que possamos organizar posteriormente a Copa do Mundo, o que a gente certeza que vai fazer muito bem feito, porque o Brasil é o país do futebol e, posteriormente, os Jogos Olímpicos de 2016".

"Todas essas competições servem como preparação, não só no aspecto de infra-estrutura e estrutura na cidade, mas também como preparação para os nossos dirigentes, árbitros, dirigentes esportivos, para que a gente tenha o mesmo sucesso de 2007 em 2016".