Futebol

Leandro Amaral, um inimigo íntimo

"Eu não tenho mágoas com a torcida do Vasco. Minha briga foi com o Eurico Miranda. Sei que os torcedores continuam me apoiando". Leandro Amaral pode até estar sendo sincero em suas afirmações sobre o ex-presidente do clube, mas sua opinião sobre o apoio dos vascaínos não é unanimidade entre os torcedores. Se realmente quiser voltar a ser um ídolo em São Januário, o atacante precisa desencantar amanhã, contra o Fluminense. Na hora da partida, além da costumeira rivalidade, estará em jogo também o orgulho ferido da torcida.

No final do ano passado, após uma longa novela sobre a renovação de seu contrato, Leandro Amaral decidiu trocar o Vasco pelas Laranjeiras, numa das transferências mais polêmicas do futebol brasileiro. Após uma guerra judicial, o jogador acabou retornando à Colina, mas uma imagem ficou na memória dos cruzmaltinos. Impossibilitado de jogar no clássico entre Fluminense e Vasco no Carioca, ele apareceu no camarote tricolor com a camisa do rival, o que destruiu por completo os vínculos que os vascaínos ainda mantinham com ele.

Para piorar, Leandro Amaral não vem apresentando o mesmo futebol que o consagrou no Campeonato Brasileiro. Nas últimas quatro rodadas, ele não balançou as redes. Seus números totais no Brasileirão também não são nada animadores. Em 13 participações, foram apenas dois gols. Contra o Atlético-PR, ele ainda perde um pênalti que poderia garantir o empate, levando em consideração seu mau posicionamento na hora da cobrança.

"Não será um jogo especial para mim. Claro, a importância será maior pois é um clássico. No entanto, vou me dedicar com o mesmo empenho", disse o atacante, que promete não relaxar no reencontro com seu amigo Renato Gaúcho. "Amizade é fora de campo. Na hora do jogo, a gente coloca isso de lado".

Quem lembra da saída de Leandro sabe que a negociação começou num restaurante. Na ocasião, ele reuniu-se com Renato Gaúcho, Celso Barros e seu ex-empresário, José Renato. E o treinador, corre o boato, aconselhou o atacante a simular uma briga com Romário para facilitar sua saída. Pivô da polêmica, o treinador do Fluminense mostrou-se um belo \"amigo-da-onça\", tendo em vista a atual situação de Leandro Amaral. Agora, no primeiro reencontro da dupla após os acontecimentos, chegou a hora de o atacante provar aos torcedores que não é um inimigo íntimo em São Januário e pode honrar a camisa cruzmaltina!

Fonte: Jornal dos Sports