Futebol

Marcelo Oliveira pede atenção o tempo todo com Luís Fabiano

Perto de completar um mês no comando do Vasco, o técnico Marcelo Oliveira começa a implementar sua filosofia no time. Acostumado a preparar a garotada da base, o treinador não tem medo de colocar os meninos em campo.

Não importa se o jogo é decisivo ou não. Ele confia no talento da juventude e na vontade dos jovens de mostrar serviço para o chefe. Sendo assim, contra o São Paulo, amanhã, em São Januário, que vale o confronto direto pela vaga na Libertadores, ele vai escalar a equipe com um meio de campo mais novo e veloz. Para o treino de hoje ficou apenas a decisão de qual jogador vai substituir Carlos Alberto, suspenso: Marlone ou Jhon Cley.

— Não tenho medo de lançar jogadores jovens. Eles já participam de torneios internacionais, da Taça São Paulo, da Taça BH, já vivem o ambiente profissional. Tem que dar confiança a eles e colocá-los na posição certa. Há o jogador que se adapta à pressão do profissional e ao apelo pela demanda de produção e existem outros que demoram mais. Os dois têm totais condições de jogar — declarou o treinador.

Pelo último jogo do Vasco, a vitória sobre o Atlético-GO por 1 a 0, Marlone está um pouco à frente do companheiro na disputa pela posição. Ele entrou no segundo tempo da partida, fez seu primeiro jogo como profissional e recebeu elogios do treinador.

— É um talento, ele me agradou no jogo. Não teve medo de jogar. Tem futuro promissor, só falta encaixar — elogiou.

Com a ausência de Carlos Alberto, que levou o terceiro cartão amarelo, o treinador ainda tinha como opção Felipe, que saiu de campo ontem ainda no início do treino com dores no joelho direito, mas treina hoje. Porém, Marcelo Oliveira tem como estratégia para enfrentar o time paulista um meio-campo com mais movimentação e mais fôlego.

— Vou optar pelo Jhon Cley ou pelo Marlone, que estão mais inteiros e podem ajudar mais na movimentação. Para esse jogo, preciso de um jogador que movimente mais, que penetre mais na área. A possibilidade maior é do Marlone jogar, vou começar o treino de amanhã (hoje) com ele . Mas vamos esperar para confirmar.

Confio em quem entrar. O Jhon também tem entrado bem, mas eles têm características um pouco diferentes — explicou o técnico.

Outra dúvida que será tirada hoje à tarde será o companheiro de Renato Silva. Dedé está na seleção brasileira e desfalcará o time pelos próximos três jogos. A disputa é entre Rodolfo e Fabrício.

Qualquer que seja o escolhido, a defesa do Vasco terá problemas de entrosamento ou ritmo de jogo. Fabrício jogou como titular ao lado de Dedé contra o Figueirense. Rodolfo não entra em campo desde junho.

— O Rodolfo tem boa técnica, vem treinando forte. Provocamos um jogo treino recentemente para dar ritmo melhor a esses jogadores que estão sem jogar. Vamos ver o treinamento deles, a produção em campo. Tem chance de jogar mesmo sem ritmo porque pela experiência dele não exige tanto a parte física — disse o técnico.

A dupla de zaga terá a missão de parar o atacante Luís Fabiano, que já marcou 13 gols no campeonato. Por outro lado, o time de Ney Franco não terá Lucas, que também está na seleção.

— Os dois zagueiros devem estar muito atentos o tempo todo. O Luís Fabiano recuperou sua forma, conclui bem, é jogador decisivo. Tem que estar atentos à movimentação dele — afirmou Marcelo Oliveira Renato Silva não escolhe o parceiro, mas admite que falta de ritmo de jogo para a posição atrapalha muito.

— Dificulta na cobertura, no posicionamento, saber sair na hora certa.

Com ritmo de jogo isso sai naturalmente.

Quando não se tem, fica na dúvida, não vai tão confiante para a jogada — explicou o zagueiro, que comemora a convocação de Lucas para a seleção.— Vi um pouco do clássico, ele fez um jogaço contra o Palmeiras.

Se a gente perde com a saída do Dedé, ganha com a ausência do Lucas.

Não importa com que time ambos vão entrar em campo amanhã, tanto Vasco quanto São Paulo admitem que a partida terá caráter decisivo. Com quatro pontos a mais que a equipe paulista (50 a 46), os cariocas perseguem a vitória para abrir sete pontos de vantagem e ficar mais perto da vaga na Libertadores. No entanto, a meta é chegar pelo menos em terceiro lugar e não ter de torcer contra os brasileiros na Copa Sul-Americana.

Se um time do país vencer o torneio, não haverá a quarta vaga pelo Brasileiro.

— Nesta fase final, este jogo é uma minifinal da vaga na Libertadores. O fato de jogar em casa favorece, é importante, é fundamental que possamos ganhar para abrir vantagem do time mais perto da gente — admitiu o técnico.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo