A fama de fazer parte da Turma do Chinelinho fez com a imagem de Fábio Baiano mais ou menos o mesmo que as chuteiras fizeram com seu calcanhar direito: um baita estrago.
Contratado a pedido do técnico Renato Gaúcho e recebido com certa desconfiança pela torcida por ter um passado rubro-negro, Fábio Baiano mostrou um comportamento que desmente o estigma que ele carrega: o jogador, apesar de longas férias, apresentou-se bem fisicamente, e, mesmo com o pé direito machucado, não admitiu ficar de fora do primeiro jogo no Estadual.
Hoje, às 16h, contra o Madureira, Baiano vestirá a camisa do Vasco pela primeira vez, e não esconde uma certa apreensão.
- Não estou nervoso, mas ansioso, sim. Por mais experiência que você tenha, sempre bate uma ansiedade - disse o meia, de 30 anos, feliz pela chance que recebeu.
O sorriso fácil só some do rosto do jogador quando tem de falar da fama que ganhou na Gávea.
- Sempre insistem com isso, não gosto muito. Todas as vezes em que eu não joguei, os exames mostraram que eu estava mesmo contundido, apesar de falarem o contrário - garantiu Baiano, que fez questão de deixar clara uma coisa. - Não me sinto pressionado para jogar, ou provar alguma coisa. Vou porque dá para jogar - completou o meia, que usará uma proteção no pé direito.
A enorme bolha no pé direito foi causada pelas chuteiras, que Baiano não calçava desde que deixou o Atlético-MG, em outubro. Ele ficou fora de dois treinos na semana.
- Eu poderia até ter treinado, mas tinha de deixar a pele fortalecer um pouco - explicou.
Um bom campeonato estadual pelo Vasco será o remédio perfeito para curar as feridas de uma fama que - como ele mesmo está provando - é injustificada.