Um dos jogadores mais regulares na campanha que garantiu o retorno do Vasco à Série A do Campeonato Brasileiro, Fernando Prass demorou, mas finalmente conseguiu realizar o seu sonho. Aos 31 anos, o goleiro cruzmaltino sempre tinha sonhado em defender um grande clube em sua carreira. Apesar de uma excelente passagem pelo Coritiba entre 2002 e 2005 e, posteriormente, pelo União de Leiria, de Portugal, Fernando Prass ainda era pouco conhecido no Brasil, justamente por não ter atuado em clubes de expressão.
\"Fui titular absoluto do Coritiba por 3 anos e estava em boa fase também, mas um jogador que atua fora do eixo Rio-São Paulo não ganha a devida repercussão. As exceções são para quem joga no futebol mineiro ou gaúcho\", disse o goleiro, em entrevista ao SRZD.
Mesmo bem financeiramente no futebol europeu e considerado por um jornal local como o melhor goleiro da competição, Fernando ainda queria defender um clube de grande expressão. \"Para mim não fazia diferença se fosse um grande clube brasileiro ou europeu, eu queria defender uma equipe com representatividade, uma equipe de torcida\".
A primeira tentativa de fazê-lo veio com o Botafogo. No começo de 2008, o clube de General Severiano já tinha praticamente acertado com ele, mas o União de Leiria, na última hora, vetou a transferência. A razão? Em péssima fase e ameaçado pelo rebaixamento, o clube português se negou a abrir mão do seu melhor jogador.
Mas a nova oportunidade de voltar ao Brasil viria no ano seguinte. No começo de 2009, com o fim do seu contrato com o Leiria, foi a vez do Vasco. Reformulando a equipe para a disputa da Série B, a diretoria cruzmaltina aproveitou a oportunidade para trazer o goleiro.
\"Não me importava se o Vasco estava na Série A ou B, eu vim para cá porque eu sabia o que ele representava, que era um clube das massas, um time de peso\", disse Prass.
A \"Muralha\" da Colina
Não demorou muito para Fernando Prass cair nas graças da torcida cruzmaltina. Quem começou o ano como titular no gol foi Tiago, mas uma lesão afastou o goleiro dos gramados e Prass entrou. Daí para frente, ele começou um verdadeiro caso de amor com os torcedores do Vasco. Em poucas partidas ele já era incontestável no gol e querido pelos vascaínos, o que lhe rendeu o apelido de \"Muralha\". No entanto, mesmo com todo o carinho, Fernando não se ilude com a boa fase.
\"No futebol, especialmente no Brasil, você precisa de uma longa série de boas atuações para dizerem que você está numa boa fase, mas basta um jogo ruim para falarem que a má fase chegou. Por isso, não me deixo levar por estas coisas. Procuro fazer o meu trabalho a cada jogo\", disse o goleiro. O lado ruim da boa fase é que ela faz crescer o olho dos outros clubes, mas Fernando foi bem claro ao falar de suas chances de permanecer na Colina. Ele tem contrato com o clube até o fim do ano que vem.
\"Sempre quis jogar num clube grande e estou realizando esse sonho aqui no Vasco. Se estou realizando meu sonho, não tenho razão nenhuma para querer sair. Resta saber se a diretoria vai querer que eu permaneça ou não. Estou bem aqui\", garantiu.
Mais lidas