Futebol

Na vitória do Vasco sobre o Flamengo, sobraram confusão, brigas e gás de pim

Foi melancólico o fim de Vasco 2 x 1 Flamengo, ontem, no Maracanã. Resumiu a medíocre atuação e campanha dos dois clubes de maior torcida do Rio de Janeiro na Taça Rio, e retratou como poucas vezes a real situação do futebol carioca. Eliminados das semifinais do segundo turno e, por conseqüência, da decisão do campeonato, rubro-negros e vascaínos, com times dos mais fracos de suas histórias, promoveram quebra-quebra insano para manchar mais ainda a já ridícula competição de 2006.
Teve de tudo. Empurrão, tapa, soco, pontapé, palavrão, ordem para juiz e um sargento jogando gás de pimenta para pôr fim ao confronto. Teria sido muito melhor falar no gol de placa da vitória do Vasco marcado por Morais aos seis minutos do segundo tempo, numa arrancada do meio-campo que fez lembrar por alto - é bom ressaltar, por alto - lances de Copa do Mundo. Como do gol do árabe Owairan na vitória de 1 a 0 sobre a Bélgica na Copa de 1994.

Mas não. Foi justamente o mesmo Morais que deu início ao tumulto generalizado ao isolar uma bola para ganhar tempo. Diego Souza interpretou a falsa malandragem como intenção de chutar a bola em cima do companheiro de time, Jônatas.

Pronto. Os dois, Diego Souza e Jônatas - e depois Renato - transformaram em desespero a incompetência vestida de vermelho e preto em contratar jogadores, montar times, pagar salários, o básico do futebol. Partir para cima dos rivais e do juiz para resolver os problemas virou válvula de escape. Entre tapas, empurrões, atitudes e declarações destemperadas, fica difícil eleger o personagem que pode representar o fiasco da edição centenária do Campeonato Carioca.

Dá até para escolher o Edílson. O favorito pode ser o do Vasco, que já foi do Flamengo e pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002. Parecia o dono do Maracanã. Pelo menos da forma como dirigiu-se ao xará, o árbitro Edílson Soares da Silva.

- Você está bem no jogo, dá os descontos aí e acabou. Tira a imprensa, tira a imprensa - ordenou ao árbitro, fazendo os gestos para a retirada.

Também, pudera. Edílson está num clube em que o principal jogador - Romário - escolhe quando vai treinar e empresta dinheiro para pagar dívidas. E o presidente, de charuto na boca, proíbe os jogadores de falar com a imprensa e quer mandar no campeonato.

Edílson, o Soares da Silva, o árbitro, antes de fazer o recomendado pelo xará, resolveu moralizar a história. Expulsou Morais e Diego Souza, autor do gol de empate rubro-negro ainda no primeiro tempo, cobrando falta aos 43 minutos, em falha da barreira, que abriu para o chute rasteiro, e do goleiro Cássio, que aceitou - o volante Ygor abrira o placar para o Vasco, aos 43, na falha da zaga rubro-negra.

A expulsão de Morais e Diego Souza criou outra confusão. Quando acabou o jogo, o árbitro foi obrigado a correr do meia Renato, que partiu para agredi-lo. Foi aí que chegou a polícia. Teve soldado dando gravata no uruguaio Peralta, que mais uma vez nada jogou. Mas teve também gás com pimenta. O sargento Ademir fez do spray a arma para conter o tumulto.

Jogadores, fotógrafos e repórteres acabaram vítimas. Renato foi contido e obrigado, com outros jogadores, a prestar depoimento no Jecrim, no Maracanã. Orlando Zaconni, delegado titular do Juizado e da 19ª DP, vai analisar o teipe da arruaça no jogo para tomar as providências.

Na saída do Maracanã, houve mais confusão, desta vez entre torcedores nas imediações da Rodoviária. Policiais militares tiveram trabalho redobrado para conter os torcedores.

E, quem diria, a imagem que melhor representa Vasco e Flamengo morrendo abraçados no Campeonato Carioca é a do policial. O Sargento Pimenta, que nos anos 60 embalou a mais bela história de sonho dos Beatles, ganhou uma nova versão, de triste fim, do futebol carioca no século 21.

Fonte: JB Online
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