A divulgação do regulamento da Série A 2026 trouxe para o papel uma mudança importante para o mercado de transferências do ano que vem: o aumento do limite de jogos permitido antes de mudança para outro clube da mesma divisão.
Antes, um jogador podia ser inscrito por um clube diferente se ele tivesse feito, no máximo, seis jogos. Agora, o limite passou a ser 12 partidas.
A medida é um reflexo da antecipação do Brasileirão, que começa em 28 de janeiro, mas há outras questões apontadas por dirigentes.
Olhando o calendário e a tabela divulgada pela CBF, a 12ª rodada será em 18 de abril, o que coincidia com o período anterior do término dos estaduais.
A janela de transferências do futebol brasileiro ficou dividida em dois períodos: de 5 de janeiro a 3 de março e de 20 de julho a 11 de setembro (já depois da Copa do Mundo).
Em 20 de julho, quando a segunda janela começa, o Brasileirão estará chegando à 19ª rodada, a primeira pós-Copa do Mundo.
O limite de 12 jogos tem nuances tanto para quem é comprador quanto para quem quer vender ou emprestar jogadores.
Os defensores da ideia entendem que o mercado interno pode ficar mais aquecido.
"Avaliei com bons olhos. Era um tema que estava sendo conversado, debatido durante algumas reuniões. Facilita para cada clube se organizar melhor. Essa oportunidade que teremos de musculatura para ter um tempo maior para que jogadores que não estejam performando na sua equipe tenham oportunidade em outra equipe. Isso é importante para atletas e clubes para conseguir qualificação durante a competição", disse o executivo de futebol do Corinthians, Fabinho Soldado.
O ponto de vista do executivo corintiano leva em conta a brecha maior para reduzir a folha salarial em um ano de início da aplicação das regras do fair play financeiro.
Quem está na base da pirâmide em termos financeiros também enxerga vantagens no ajuste do regulamento. É o caso de Alex Passos, presidente da Chapecoense, que está de volta à Série A.
"É extremamente importante. Hoje, temos dois estrangeiros na Chapecoense. Continuamos olhando o mercado de fora por dois motivos: o custo é mais barato e porque chega na metade do campeonato não dá mais para trazer jogadores. Às vezes, tem clubes com jogadores bons que não estão sendo utilizados e podem servir para a Chapecoense. Seis jogos passavam muito rápido. É bom para clubes e jogadores", avaliou.
Por outro lado, quem é economicamente dominante pode ter um tempo maior para buscar reforços de times com menos dinheiro ainda durante a competição.
Se um fenômeno como o Mirassol se repetir em 2026, os rivais podem perceber que há jogadores de qualidade em uma amostragem relativamente significativa.
No novo calendário, o período de 12 jogos é maior do que a duração dos estaduais.
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