O Vasco realiza hoje, das 9h às 19h, em Assembleia Geral Extraordinária, votação pela abertura de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). O rito é parte importante do processo da sonhada reforma de São Januário. Em caso de aprovação entre o quadro social, o que deve acontecer com tranquilidade, o clube pode de fato começar a buscar e manejar os recursos financeiros para as obras no estádio, que completará 100 anos em 2027.
A SPE, na prática, é uma empresa. Como o nome diz, com a finalidade específica de gerir os trâmites da obra. Vale lembrar que o Vasco arrecadará os fundos financeiros da reforma por meio da venda do potencial construtivo, ou seja, o "direito de construir" na área da Colina, conforme aprovado e tramitado nos poderes Legislativo e Executivo do município do Rio de Janeiro.
Assim que a SPE for registrada na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, o Vasco receberá da Prefeitura, formalmente, os direitos sobre esse potencial construtivo. Quando começar a vendê-lo, seja de forma integral ou fracionada, receberá o dinheiro em uma conta da própria SPE. A partir dali, o intercâmbio entre o clube (via SPE) e a Prefeitura do Rio será constante para a definição do fluxo e das etapas da obra (após os devidos licenciamentos).
De acordo com o segundo vice-presidente geral do Vasco e líder do processo da reforma, Renato Brito Neto, o Vasco deverá começar a obra empregando 20%, no máximo, dos recursos obtidos, ampliando esse uso progressivamente conforme comprova à Prefeitura que cumpriu determinadas etapas da obra. O dinheiro que o cruz-maltino arrecadar neste processo terá que ser utilizado obrigatoriamente na reforma e nos pagamentos de profissionais e encargos relativos a ela.
Hoje, a perspectiva é que as obras possam começar ao fim da atual temporada, mas ainda não há data oficial. O projeto inicial, assinado pelo arquiteto Sergio Dias, estava orçado em cerca de R$ 506 milhões. Clube e Prefeitura, porém, seguem discutindo mudanças. Segundo Brito Neto, a capacidade pode variar entre 43 e 57 mil lugares. Em entrevista à VascoTV, o dirigente falou também na possibilidade de parcerias com empresas externas para financiamento e plano de negócios do futuro novo estádio de São Januário.