O Vasco desenvolveu uma fórmula infalível para entregar pontos aos adversários:
- Começa pressionando, perde uma penca de gols. Se der marca um. Com sorte, dois.
- No segundo tempo, tenta cozinhar o jogo. Aí leva um gol bobo. Se fez apenas um no primeiro tempo, parte pra cima no desespero e não consegue fazer nada de efetivo.
- Se deu a sorte de marcar dois, como aconteceu nesse Vasco 2 x 2 Botafogo, segue cozinhando o jogo. Quando o jogo estiver acabando, vem o toque de mestre: comete-se um pênalti.
- Pronto. O que era uma vitória tranquila se transforma em um empate.
O time de PC Gusmão elevou a vacilação ao status de arte. Nunca vi sequência maior de entregadas em um único time.
Depois de um primeiro tempo onde o Botafogo não viu a bola, ter aberto dois gols de vantagem e ter perdido outra batelada, vimos o mesmo de sempre: na volta do intervalo, o time começa a
valorizar a posse de bola, que para o time do Vasco parece ser tocar a bola na intermediária adversária sem qualquer objetividade. Aí acaba tomando gols ridículos , como o que fez o Herrera. Ou, piores ainda, em pênaltis quando faltam menos de cinco minutos para acabar a partida. De preferência em um lance totalmente absurdo.
Sinceramente? Acabou. O time não é ruim. A revolta da torcida é compreensível, mas se olharmos friamente, a equipe joga convincentemente quando tem atenção e tenta vencer. Mas a falta de pontaria dos homens de frente (o que descamba para a incapacidade de matar os jogos), o vício em se contentar com vantagens pequenas e tentar segurar resultados e os constantes erros primários na defesa nos finais das partidas são falhas graves demais pra que a torcida espere algo desse time.
Agora? É torcer para vencer alguns jogos e tentar ter um fim de brasileiro tranquilo. Uma Sul-Americana fica de bom tamanho prum time que, apesar de ter alguns jogadores em boa fase, não consegue definir uma partida sequer. Não adianta jogar melhor que o adversário, finalizar trinta vezes mais ou ter um jogador a mais em campo quase um tempo inteiro. E lá se vão 37 dias sem vencer uma partida.
Só um aviso aos que aproveitam a oportuna demissão do Dorival Jr. do Santos para pedir a sua volta: ele teve uma sequência de seis empates e isso disputando a Série B, não a A. E não custa lembrar também que Titi era um dos seus homens de confiança tanto que foi seu titular por várias rodadas e Rafael Coelho veio por indicação sua. Imaginar que ele, na remota possibilidade do seu retorno ele iria mudar tudo no time e faríamos uma arrancada rumo ao pentacampeonato é delírio.
Não é que eu desgoste do Dorival, e talvez a sua rigidez disciplinadora fosse útil nesse momento. Mas trocar o comando do Vasco agora não ia adiantar nada.