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Opinião: Barbosa, o goleiro que foi muito mais que o "Gol de Ghiggia"

Foto: Reprodução/VascoBarbosa
Barbosa

Em 1950, o Brasil sediou a Copa do Mundo e teve um dos seus resultados mais desastrosos: perdeu do Uruguai no Maracanã lotado, com quase duzentas mil pessoas, quando precisava apenas de um empate para sagrar-se campeão, em 16 de julho.

O grande vilão apontado por todos pela derrota foi o goleiro Moacir Barbosa Nascimento, ou simplesmente Barbosa, que teria falhado no gol de Alcides Ghiggia, quando este se aproximou da pequena área pela direita e, ao invés de cruzar a bola, como esperava Barbosa, tocou no canto do gol, levando à tristeza quase 200 mil pessoas que acompanhavam o jogo e outros milhões de brasileiros.

Por sinal, o vilão da história era um negro e, diga-se de passagem, um dos melhores goleiros de todos os tempos. Além disso, Barbosa foi o único goleiro negro efetivo até a chegada de Dida, que defendeu a seleção brasileira na campanha da Copa do Mundo de 2006.

Jornais da época dão conta de que não houve nenhum “silêncio ensurdecedor” depois do gol do uruguaio, muito pelo contrário, a multidão empurrava o time para que fosse atrás do gol da vitória.

Mas Barbosa ficou perseguido pelo carma de ser o responsável pela derrota brasileira, e acabou tendo um fim de carreira e de vida com pouco reconhecimento. Passou por grandes dificuldades financeiras e ficou dependente da ajuda de amigos para sobreviver na Praia Grande, onde faleceu dia 07 de abril de 2000.

A seleção jogou de branco e havia trocado o local da concentração no dia anterior. São outros fatores no folclore futebolístico que justificariam a derrota brasileira, e, desde então, a camisa amarela foi adotada. Uma mais curiosa justificativa da derrota é a missa forçada por Flávio Costa, então treinador do time, que deixou os jogadores em pé por duas horas, na manhã do jogo.

Os elogios de outrora, de sua elasticidade e os milagres nas traves foram todos esquecidos. Barbosa afirmava que era o único brasileiro a cumprir pena maior que 30 anos. Foram oito anos de toda sorte de ataques à Barbosa, até que a seleção levasse a taça de 1958, na Suécia, já sem o arqueiro negro.

Infelizmente, quando se fala em Barbosa, só se lembra da Copa do Mundo de 1950. Parece que Barbosa só existiu neste jogo, parece que sua vida começou e terminou em 16/07/1950, mas é bem assim. Barbosa não chegou “por acidente” à seleção.

Barbosa nasceu em Campinas, e começou sua carreira em 1940 jogando como ponta esquerda no extinto Comercial da Capital, mas seguiu dois anos após, já como goleiro, para o Ypiranga de São Paulo. Em 1945 o goleiro chegou ao Vasco. Vale lembrar que o ídolo ingressou no time principal vascaíno em função de uma curiosidade. O goleiro Rodrigues que era o titular da posição na época, abandonou o futebol após ganhar na Loteria Mineira. O jogador ajudou a conquistar o título invicto do carioca de 45, e logo depois encerrou seu ciclo na Colina e no esporte. Tal período também foi importante por ser um momento muito especial na história do clube até hoje. Naquela ocasião estava sendo formado um dos maiores times de todos os tempos, o Expresso da Vitória.

Pelo Gigante da Colina Barbosa conquistou, entre 1945 e 1958, seis vezes o título carioca. Seu grande momento foi durante a conquista do 1º Sul-Americano de Clubes, onde na ocasião a equipe vascaína venceu de forma invicta. No último jogo da competição contra o River Plate (ARG), o goleiro teve grande atuação, mantendo o placar em 0 a 0 que deu o título ao Vasco. Jogando pela seleção o goleiro conquistou a Copa Roca, de 1945, duas vezes a Copa Rio Branco, nos anos de 1947 e 1950, além da Copa América de 1949.

Em 1962, o arqueiro encerrou sua carreira, atuando pela equipe do Campo Grande. É de suma importância destacar que Barbosa, depois de ter alcançado a importante marca de mais de 400 jogos pelo Gigante da Colina, se tornou um dos jogadores que mais jogaram pelo Vasco.

Fonte: Voagoleiro.com
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