Futebol

Opinião de RMP: "Acorda, Dinamite"

Um dos maiores ídolos da história do Vasco, Roberto Dinamite deu inúmeras alegrias aos torcedores, com seus mais de 700 gols com a camisa cruzmaltina e vários títulos, como jogador. Depois, ainda voltou a marcar outro golaço, ao libertar o clube do nefasto jugo do ex-deputado e ex-presidente que fazia de São Januário o quintal de sua casa. Agora, porém, parece perdido. E precisa reagir.

A queda para a Segunda Divisão, tão logo assumiu, foi até compreensível, tamanho era o estrago causado pelo antecessor. Mas a recuperação na Série B, com as contratações do gerente Rodrigo Caetano e do técnico Dorival Júnior, acabou se tornando o seu melhor momento, na presidência — apoiado por vascaínos de todo o Brasil, irmanados na bela e emocionante campanha, cujo slogan era “O Sentimento não pode parar”. De volta à Primeira Divisão, porém, a impressão é que a diretoria se acomodou e, pior, se apequenou.

Repetindo erros crassos já cometidos, recentemente, pelo Flamengo, o Vasco enrola-se num patrocínio de estatal, que vive encontrando dificuldades para receber, pela falta de certidões negativas, e centraliza as negociações de jogadores praticamente em um empresário só: Carlos Leite, que se tornou sócio, mentor e, há quem diga, dono do futebol do clube.

O resultado aí está: uma campanha medíocre no Brasileirão do ano passado e um início catastrófico, no Estadual de 2011. O elenco é fraco, a comissão técnica também e os poucos jogadores que, teoricamente, poderiam garantir um mínimo de brilho ao time, casos de Carlos Alberto, Felipe e Éder Luís, não estão jogando bulhufas.

Ou Roberto Dinamite acorda, reconhece os erros e se reaproxima dos verdadeiros vascaínos que o levaram à presidência (muitos dos quais se afastou) ou poderá acabar sendo o responsável pela volta do maior de todos os pesadelos de São Januário — que nem é preciso dizer qual é...

O Vasco tem uma das maiores torcidas do Brasil, estádio próprio e, de quebra, a simpatia, (e a torcida) do Governador e do Prefeito do Rio de Janeiro. Como é possível que não
encontre soluções? Por que São Januário não é (bem) administrado como arena para se tornar uma importante fonte de renda? Basta procurar os parceiros certos. Ainda mais com a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 vindo por aí.

MÃOS À OBRA. O Vasco tem uma das maiores torcidas do Brasil, estádio próprio e, de quebra, a simpatia, (e a torcida) do Governador e do Prefeito do Rio de Janeiro. Como é possível que não encontre soluções? Por que São Januário não é (bem) administrado como arena para se tornar uma importante fonte de renda? Basta procurar os parceiros certos. Ainda mais com a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 vindo por aí.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal \"O Globo\")

Fonte: Coluna de Renato Maurício Prado - O Globo