A decisão da diretoria do Vasco de oferecer a Maxi López um novo contrato por produtividade na prorrogação por um ano do compromisso que se encerrará em dezembro de 2019 é feito lamentável miopia.
Para não chamar de burrice ou de incompetência.
Primeiro, pela oferta em si, como se o argentino, apesar dos 35 anos, tivesse dado mostras de pouca efetividade no Brasileiro de 2018 - o que não é verdade.
Maxi jogou 19 das 23 partidas (82,6%) em que poderia ter servido ao Vasco.
Ficou fora de duas por suspensões automáticas, e outras duas por fratura num dos metatarsos do pé.
Tecnicamente, seu desempenho também não foi desprezível: sete gols e seis assistências em 1.630 minutos de bola rolando.
Precisamente, um gol ou um passe para um companheiro estufar as redes a cada 125 minutos de jogo.
Mas não é só isso.
O presidente Alexandre Campello viu cair em seu colo um centroavante argentino experiente, de 1,85cm, 77kg, e sem medo de desafios.
Um jogador prestígio internacional, passagens por grandes clubes da Europa e um carisma arrebatador.
Podemos chamá-lo de um louco, que comprou a causa de um clube endiividado, e ainda trouxe o reforço de um zagueiro internacional como Leandro Castán.
Não satisfeito, entendeu a carência da torcida e fez com que ela abraçasse o time num momento político conturbado.
Uma estratégia que me lembra muito da parceria vitoriosa entre o Botafogo e o uruguaio Louco Abreu.
Maxi poderia ter ganho o bom salário pago (?) pelo Vasco e ir embora quando o próximo dezembro chegasse.
Só que não.
O grandalhão adorado pelos companheiross, e que gera dificuldades para os marcadores adversários, quer ficar em São Januário, no mínimo, até 2020.
Mais precisamente, até o final da gestão do dirigente que o convenceu a vir para ser a referência de um grande clube brasileiro.
E que faz o dirigente agora?
Entrega a questão para o executivo (???) Alexandre Faria, que, friamente, a encaminha como se tratasse com um jogador qualquer.
Como se não tivesse sido ele, Maxi López, o salvador do emprego do cartola.
Faria, responsável pela contratação de Vinícius Araújo, atacante que chegou ao clube acima do peso e com lesão crônica na patela, ainda não tem a menor ideia do que seja o Vasco - embora atribua-se a ele a montagem do razoável elenco.
Só tem um porém: não foi ele quem trouxe Fernando Miguel, Wesley, Castán, Bruno César e Maxi López, pilares de um time que ainda claudica nas mãos de um técnico aprendiz.
O atacante esperava tratamento diferente da cúpula do futebol vascaíno e, mesmo que não digam abertamente, este é o problema pessoal que os líderes do elenco lamentam: Maxi sente-se menosprezado.
Desconforto que Campello resolveria fácil, sem dar um tostão de aumento ao gringo.
Com chances até de sair do encontro tendo ele como "garoto-propaganda" do novo patrocinador...