Futebol

Opinião: No limite

Durante a semana o técnico Celso Roth avisou: para continuar bem no Brasileiro, o Vasco precisará, sempre, jogar no limite. Ontem, os vascaínos deram uma aula do que é jogar desta maneira e, com dois jogadores a menos em campo, arrancaram um empate heróico de 2 a 2 com o Náutico, no Estádio dos Aflitos.

A aflição começou com menos de um minuto de bola rolando, quando zagueirão Júlio Santos fez, sim, questão de jogar no limite, pena que às avessas. Após duas faltas graves, Júlio foi corretamente expulso e voltou para o vestiário sem ter tempo nem de suar a camisa. De quebra, desmontou o planejamento de Roth e estragou a estréia do colombiano Martin García, que ficou apenas cinco minutos em campo e rapidamente teve de dar lugar ao zagueiro Fábio Braz.

Feita a lambança, o Vasco teve de segurar a pressão do Náutico e até fez bom papel na primeira etapa.

Com os jogadores correndo como nunca, o time soube explorar uma de suas principais qualidades da época de Renato Gaúcho para surpreender: a velocidade no contraataque.

Num deles, Morais, em uma de suas melhores atuações nos últimos tempos, lançou Guilherme, recebeu de volta na área e foi derrubado pelo goleiro Gléguer. Pênalti que o próprio camisa 10 bateu bem para deixar o Vasco à frente no placar.

Um a zero.

Mais tranqüilo em campo, o time de Roth lutava como nunca para garantir o resultado, mas o Náutico ainda perdeu duas boas oportunidades com Beto e Felipe. E os vascaínos saíram com a parcial e suada vitória.

Na volta para o segundo tempo, ficou claro que o Vasco teria de superar o seu próprios limite se quisesse mesmo sair com a vitória. Mas, em alguns momentos, faltou perna.

Logo aos quatro minutos, Roberto Lopes reinventou Júlio Santos e empurrou Marcelinho dentro da área.

Mais um pênalti, que Marcel cobrou para deixar tudo igual. Empurrado pela torcida, o Timbu continuou pressionando e, aos 15 minutos, virou com uma cabeçada fulminante de Cris, após cruzamento.

No limite da pressão, o Vasco soube buscar forças para conseguir o empate. Aos 38, André Dias sofreu falta na entrada da grande área. Morais cobrou com força, a bola desviou em Cris e entrou no gol pernambucano. Ainda houve tempo para Fábio Braz ser injustamente expulso após um carrinho na bola. E para mais pressão do Náutico. Mas com o fôlego preso no limite, o torcedor ficou orgulhoso e comemorou muito o pontinho ganho ontem nos Aflitos.

Fonte: Lance