O domingo marcado pelo milésimo gol do Baixinho já ficou pra trás, assim como a maioria das merecidas homenagens ao jogador do Vasco da Gama. Mesmo assim, ainda sinto vontade de exaltar um pouco mais o maior atacante que já vi em campo. Boleiro que, em minha opinião, foi mais oportunista do que Careca, mais inteligente do que Klinsmann, mais habilidoso que Van Basten, mais veloz que Batistuta e mais fenomenal do que Ronaldo. Resumindo, um atacante mais genial do que todos os outros. Pelo menos, nos últimos trinta anos.
Um gênio arisco, às vezes pedante. Como todo gênio, carrega consigo uma personalidade forte. Mas o jeitão atrevido nunca o impediu de fazer gols maravilhosos e muitas vezes decisivos pelo Vasco, Seleção Brasileira, PSV, Flamengo e Barcelona, só para citar os cinco times onde mais se destacou.
Romário nasceu para quebrar tabus. Levou o Brasil ao título da Copa América após uma espera de quarenta anos (em 1989) e ao tetra mundial, 24 anos depois do Tri; Fez ainda o Vasco voltar a ganhar um bi-campeonato carioca (87/88), após uma espera de 38 anos (o último havia sido com o chamado \"Expresso da Vitória\", base da seleção brasileira da Copa de 50, em 49/50); E finalmente, quase 40 anos após a façanha de Pelé, repetiu a proeza do rei do futebol.
É claro que a comparação é injusta, uma vez que o atleta do século chegou aos mil gols ainda no auge de sua carreira, com 29 anos. E fez, depois do milésimo, quase outros trezentos tentos. Mas Pelé, como sabemos, é outro papo. Outro nível de discussão. E se Romário, apenas mais um súdito de Sua Majestade, marcou somente 282 gols a menos do que o Rei, só por essa conta já merece todo o nosso respeito. Parabéns, Baixinho, você é o cara!
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