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Opinião: O Reencontro com o ídolo - Parte 1

Por João Medeiros, do Blog AMOVASCO

Tenho usado este espaço para emitir opiniões, nem sempre sensato, reconheço. Mas quem disse que pretendo ser sensato o tempo todo? Sou torcedor, antes de tudo. E sou Vascaíno, que é ser ainda mais que torcedor. Hoje, vou fugir à regra. Vou falar de mim, dizer como e porque sou Vascaíno. Isso tem muito a ver com Roberto Dinamite. Não o presidente. Com o jogador, o ídolo. Sou de uma família de tricolores. Comecei a frequentar estádios na companhia do meu pai, aos 8 anos, que me levava pra ver a “máquina tricolor”. Time de grandes jogadores. Pois nem a influência do meu pai, a quem devoto todo amor que um filho pode devotar a um pai, nem a influência de Rivelino, Gil, Carlos Alberto entre outros, foi capaz de me seduzir. Pelo clube da Cruz de Malta jogava um rapaz chamado Dinamite. Ele envergava a camisa mais bonita, dentre todas que existiam. Nas costas, o número 10. Era o único grande craque desse time (e assim foi por quase toda sua carreira). Mas possuía brilho suficiente para manter aquele time em evidência. Isso, somado aos sábios conselhos do meu padrinho, foi o suficiente para que a escolha fosse sacramentada. Havia nascido vascaíno. Descobria isso, então. Na verdade, nunca escolhi o VASCO. Antes, o VASCO me escolheu.

Assim como as gerações mais novas viram os feitos de Romário, Edmundo e Juninho, eu e os da minha geração vimos Roberto Dinamite. Não pensem os mais novos, que é pouco. Não é. Ele, muitas vezes sozinho, manteve o VASCO em evidência por quase 15 anos. Paradoxalmente, não foram tempos de tantos títulos. Mas foram tempos de um ídolo de verdade, com a cara do VASCO. Perseguido e muitas vezes injustiçado, como o VASCO é.

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Nos quase 15 anos em que jogou no VASCO, Roberto só fez parte de UM time fantástico, o de 1987. Fora esses todos os outros foram times bons, com jogadores abnegados, de muita raça, mas sem brilho. O primeiro título do Roberto foi o brasileiro de 1974. O VASCO jogou na decisão com Andrada, Miguel, Fidélis, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luís Carlos. Desses, o único que vestiria a camisa da seleção em copa do mundo seria o Roberto. Bom time, mas sem nenhum grande craque, além do Roberto. E a final foi contra o grande Cruzeiro de Dirceu Lopes, Nelinho, Joãozinho e cia. Ganhamos. Adivinhem quem foi o artilheiro desse campeonato?

* Esta é a primeira parte do texto, amanhã será publicado a segunda parte.

Fonte: AmoVasco