
É sempre preciso ter paciência com jovens talentos como o Coutinho. Não se pode simplesmente pegar uma camisa 10 e entregar a um garoto e dizer toma, resolve aí nosso problema. Foi exatamente o que fizemos com Alex Teixeira e deu no que deu. Tudo bem que agora ele decidiu justificar um pouco o status de promessa com que ascendeu aos profissionais, mas foi preciso tempo. Contudo, não podemos incorrer no erro de achar que Philippe Coutinho e Alex Teixeira são casos iguais. Não são.
Alex Teixeira surgiu nos profissionais em um momento muito pior, tendo logo de cara que assumir papel de protagonista. Um dia ele era gândula em São Januário, no outro, o garoto de 100 milhões, titular, e esperança de toda uma torcida desesperada por idolatrar alguém. Em meio a bagunça que era aquele Vasco de 2008, do campo ao gabinete da presidência, com jogadores totalmente descompromissados, com seus pré-contratos assinados com outros clubes, Alex não suportou e sucumbiu com o time. Depois de muita paciência, inclusive esse ano, Alex parece ter desabrochado e exibe aquele futebol que dele sempre esperamos.
Philippe Coutinho já entrou na equipe em um outro momento. Primeiro que encontrou um clube renovado, que busca se organizar de uma maneira mais profissional. Segundo que entrou no elenco profissional sob o comando de um técnico de verdade, alguém que sabe o quão arriscado e inoportuno é atribuir responsabilidades à um jovem de apenas 17 anos. Mas a fundamental diferença entre os dois casos reside nos próprios jogadores. Enquanto Alex Teixeira, até aqui, é uma promessa Vascaína, Philippe Coutinho é uma promessa do futebol mundial, tanto é que já arrumou as malas para integrar o elenco de um dos maiores clubes da Europa.
Todos entendem, ou pelo menos deveriam, a paciência e cuidado de Dorival Júnior em escalar Philippe Coutinho, mas não se pode confundir paciência com perda tempo. Atualmente, creio que estejamos perdendo tempo, aliás, um tempo que quase não temos. Toda vez que a nossa jóia esteve em campo, deixou na torcida a sensação de quero mais. Sensação que só aumenta e ganha urgência quando vemos Enrico, que até deu uma melhorada, em campo. Por que não usar o Coutinho, senão de titular, com uma assiduidade maior? Ele já mostrou que tem bola para entrar nesse time do Vasco, as condições são ótimas,o time vem fazendo uma campanha irretocável na série B, esta estruturado taticamente e psicologicamente. O cenário esta armado, mas a estrela segue no Banco, impossibilitada de brilhar. Uma pena...
Agradecemos ao nosso leitor João Vitor Carvalho pelo envio da matéria.
Quer enviar a sua também? Acesse o Vc no SV e saiba como fazer!
Mais lidas