Foram exatamente 10 turnos de Campeonato Carioca sem que o Vasco conseguisse chegar à final. Em 2004, o time disputou sua última decisão, derrotando o Fluminense na disputa da Taça Rio. Desde então, tropeços e mais tropeços. Em 2006, na vitoriosa gestão do ex-presidente, o time conseguiu a proeza de nem sequer se classificar para as semifinais tanto na Taça Guanabara quanto na Taça Rio.
No próximo domingo, contra o Botafogo, os comandados de Vagner Mancini terão a missão de tirar do Vasco o incômodo status de time grande há mais tempo sem disputar a final do Carioca. Trata-se de uma história que nada tem a ver com a verdadeira história de um dos mais vitoriosos clubes brasileiros.
Ainda estão por inventar um torcedor mais chato do que o botafoguense. Pouco acostumados a vitórias na história recente do clube, os alvinegros se atrapalham e se excedem nos raros triunfos. A partir de hoje, por certo começarão a ladainha de que nunca perderam para o Vasco em finais. Azar do Botafogo, que pouco disputa títulos. Na ausência de láureas mais edificantes, eles que guardem esse tabu em sua sala de troféus. Já o Vasco trate de lustrar as taças dos 22 títulos cariocas, dos quatro Brasileiros e dos três sul-americanos, conquistas que soam como algo sobrenatural ao mais provinciano dos times cariocas.
Isso para não falar do que talvez seja a maior freguesia em clássicos em todo o futebol mundial. São 130 vitórias do Vasco, contra 77 do Botafogo. Houve um tempo em que os triunfos cruzmaltinos representavam quase o dobro das bissextas conquistas da Estrela Solitária. No entanto, a era Eurico, em que perdemos mais do que ganhamos, tratou de amenizar o massacre.
Por fim, não tenho dúvidas de que a torcida do Vasco será maioria no Maracanã. Botafoguenses só enchem estádio de dez em dez anos, ainda assim se os adversários forem do naipe de Juventude e Resende.
Saindo do campo das provocações, o Vasco me parece um time superior ao do Botafogo. Esqueçamos o seis a zero do Engenhão, jogo atípico que não serve de referência para muita coisa. O fato é que a equipe de Vagner Mancini se estruturou mais cedo. Do meio para a frente, o time do Vasco é mais talentoso do que o do Botafogo, ainda que a diferença não chegue a ser abissal.
No entanto, o jogo entre Botafogo e Flamengo confirmou o que todos conhecem de cor e salteado: Joel Santana sabe muito bem armar uma equipe para jogar um esporte que parece futebol, tem regras de futebol, camisas de futebol, mas não é futebol. O grande mérito de Natalino, habituado a comandar equipes tecnicamente anêmicas, é obrigar o adversário a jogar esse esporte que ele inventou e, às vezes, lembra futebol.
Em tempo: Vagner Mancini, não deixe o Dodô se lembrar de que o jogo de domingo é final. Convença-o de que é uma partida sem importância, de meio de tabela, daquelas em que ele costuma desfilar seu inegável, mas também insondável talento. Pode ser apenas cisma ou ranhetice, mas não custa nada tentar.
Agradecemos ao nosso colaborador Edu Lopes pelo envio da matéria.
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