A Segunda Divisão deixou de ser um bicho de sete cabeças desde que passou a ser disputada por pontos corridos. Neste formato, dificilmente um clube com maior poder econômico e um mínimo de organização deixará de se classificar entre os quatro primeiros e, conseqüentemente, garantir a volta à elite do futebol. O passeio do Corinthians este ano não foi à toa.
O Atlético Mineiro,em 2006, também já se classificara com facilidade, neste mesmo sistema, como aconteceu com o Coritiba, no ano passado.
Não custa lembrar que, até no formato antigo, Botafogo, Palmeiras e Grêmio voltaram à Primeira Divisão na temporada seguinte a que foram rebaixados.
Dos grandes que já foram campeões brasileiros, além do Bahia (que segue penando até hoje), só o Fluminense não subiu de imediato ao contrário, acabou caindo para a Terceira Divisão, onde se sagrou campeão e, graças à Copa João Havelange, criada pela CBF, em 2000, encontrou um elevador para retornar ao primeiro andar do prédio sem galgar o segundo.
Em suma: a diretoria vascaína precisa arregaçar as mangas e começar a reconstruir, praticamente do zero, o clube que encontrou devastado ao assumir.
Mas, se trabalhar direito, tem tudo para, em 2010, já estar de volta à elite do futebol brasileiro. E, se Deus quiser, com um Vasco novinho em folha!
Por ter sido rebaixado, teoricamente, o Gigante da Colina deveria passar a receber, em 2009, apenas 50% dos direitos de TV (em 2008, 100% equivaleram a R$ 23 milhões).
Esta aí o primeiro trabalho de Hércules para Roberto Dinamite. No ano passado, graças a intensas negociações políticas, o presidente Andres Sanchez conseguiu que a cota do Corinthians permanecesse praticamente intacta.
Intacto, pode-se perceber, com facilidade, permanece o amor do torcedor pelo Vasco.
Além de uma infinidade de mensagens apaixonadas pelo clube, recebi, pela internet, uma frase que sintetiza com maior clareza e poesia todo esse sentimento: O amor de verdade não tem divisão.