Há uma máxima no futebol brasileiro: em time que está ganhando, não se mexe. Depois da vitória histórica por 6 a 0 sobre o Santos, no Morumbis, o Vasco passou a conviver com alguns dilemas. O time jogou melhor sem Vegetti? O argentino deveria ficar no banco na partida contra o Juventude? Para Diniz, não há muitas dúvidas: o centroavante deve voltar ao time titular nesta quarta-feira.
O ge ouviu pessoas que acompanham o dia a dia do Vasco para entender os motivos que levam Diniz a apostar novamente em Vegetti entre os titulares, mesmo após a boa atuação de David no comando de ataque ao lado de Rayan, Coutinho e Nuno Moreira. Confira os cinco principais fatores que justificam a volta do argentino.
Tudo começa pela confiança de Fernando Diniz em Vegetti. O treinador deixou claro publicamente que o momento é de recuperar o melhor futebol do atacante, não de tirá-lo do time a qualquer custo. Diniz sabe que a equipe pode funcionar com um ataque mais móvel, como aconteceu na goleada sobre o Santos, mas entende que o camisa 99 é um dos pilares do Vasco.
Ao longo da carreira, o técnico sempre defendeu que suas decisões não se pautam apenas pelos resultados imediatos. Para ele, Vegetti é o titular da posição e não perderia o lugar apenas porque o time venceu por 6 a 0 sem sua presença em campo.
Não se trata de um jogador qualquer. Vegetti é o artilheiro do país em 2025, com 22 gols em 40 jogos. Em 16 rodadas de Série A, o argentino marcou 10 vezes e deu uma assistência. Ele é o artilheiro da era Diniz, com gols contra Fortaleza (2), Melgar, São Paulo, Del Valle, Mirassol e Atlético-MG.
Vegetti é o capitão do Vasco há mais de um ano. O atacante se consolidou como a principal referência do elenco no vestiário, sendo a voz de liderança nas preleções. Dentro de campo, é visto como um “técnico” em atividade, orientando os companheiros e cobrando a arbitragem quando necessário.
O atacante também recebe muitos elogios internos pela postura no dia a dia do Vasco — algo bastante valorizado por Fernando Diniz. Para o treinador, Vegetti é um exemplo pela dedicação nos treinos, pela liderança no vestiário e pela seriedade nos jogos. Não por acaso, mantém a braçadeira de capitão.
É fato que o Vasco atropelou o Santos no Morumbis com um ataque mais leve, mas a comissão técnica entende que a goleada não foi fruto apenas dessa mudança. A avaliação interna é de que o time já vinha criando chances suficientes para vencer — e até golear — em partidas anteriores, como contra Grêmio e Del Valle, em São Januário. Também poderia ter saído vitorioso diante de Internacional e Atlético-MG pelo Brasileirão.
Dessa forma, a ausência de Vegetti não é vista como fator determinante para o bom desempenho ofensivo. O entendimento é de que o problema estava na falta de eficiência: o Vasco criava, mas não convertia as oportunidades. Ao mesmo tempo, o setor defensivo ainda acumulava falhas em sequência, combinação que deixou o time cinco rodadas sem vencer no Brasileirão.
Vegetti só não começou a partida contra o Santos entre os titulares porque estava suspenso. Até aqui, Diniz raramente substituiu o atacante durante os jogos: ele deixou o campo apenas em três oportunidades, todas já no fim das partidas — em duas delas, mais por precaução de olho no confronto seguinte.
É claro que, se não corresponder em campo, Vegetti pode perder a condição de titular. A boa notícia para o Vasco é que a equipe mostrou capacidade de jogar bem mesmo sem o artilheiro do time e do país, o que indica que não há dependência absoluta do argentino. Mas isso não será determinante neste momento em termos de escalação.
Com a contratação de Andrés Gómez e a busca por mais um atacante no mercado, a tendência é que o Vasco passe a ter mais opções para o setor ofensivo. A concorrência aumenta em uma posição que, até pouco tempo atrás, tinha Vegetti como nome incontestável.
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