Ciente das suas limitações e da situação ruim que se encontra no Campeonato Brasileiro, o Vasco enfrentou o Grêmio em Porto Alegre com formação inteiramente precavida. O discurso dos jogadores após a derrota por 1 a 0 (veja os melhores momentos no vídeo ao lado) na capital gaúcha revelou a estratégia de se contentar com um empate. A falta de ambição pode ter custado caro ao Vasco. O equilíbrio da partida até sugeria que o objetivo do técnico Adilson Batista seria alcançado. No entanto, uma desatenção de Renato Silva após cobrança de escanteio foi fatal. O zagueiro Rhodolfo não perdeu a oportunidade e garantiu o triunfo gaúcho.
O esquema excessivamente defensivo tornou a tarefa de Marlone ainda mais difícil em campo. O meia-atacante teve dupla função: teve de criar e finalizar as jogadas. Com Marlone sobrecarregado e solitário, o volante Pedro Ken teve até boa vontade em ajudá-lo e desdobrou em campo, marcando e saindo aos poucos para o jogo. Recém-saído do Grêmio, o zagueiro Cris teve excelente atuação, marcada pela entrega. Ele só não conseguiu evitar a derrota vascaína para o seu ex-clube. Abuda, por sua vez, chamou a atenção pelo lado negativo. Ele abusou dos erros de passe e das faltas cometidas. Confira.
O EXCESSO DE PRECAUÇÃO
Apesar da necessidade de vencer, o Vasco teve postura cautelosa diante do Grêmio, em Porto Alegre. Com três zagueiros e três volantes, o técnico Adilson Batista deixou claro pela disposição tática do seu time de que um empate seria satisfatório. O Cruz-Maltino até criou algumas poucas chances em contra-ataques, principalmente no primeiro. Mesmo assim, um risco muito grande de a estratégia dar errado. E foi o que aconteceu, já que o Grêmio achou um gol de bola parada.
A GARRA DE CRIS
Corriqueiramente contestado pela questão técnica, Cris busca sempre compensar algum tipo de limitação que possa ter com a sua entrega em campo. Foi assim diante do Grêmio, clube pelo qual teve recente passagem. E isso sem usar de violência. Com apenas uma falta cometida, o zagueiro se destacou pelo número de roubadas de bola: cinco no total. Além disso, o zagueiro ganhou praticamente todas as jogadas que disputou pelo alto.
O ONIPRESENTE
Apesar de trajar a camisa 10 do Vasco e ter uma responsabilidade inicial (quando chegou ao clube) de armar as jogadas, Pedro Ken mostrou a sua maior eficiência a partir do momento em que passou a ser utilizado como volante, sua posição de origem. Com boa capacidade de desarmar devido à força física e ímpeto para chegar à frente, tem sido um dos mais regulares da equipe. Está por todos os lados, sempre se entregando para dar a sua contribuição.
OS ERROS DE ABUDA
Responsável pela proteção à zaga vascaína ao lado de Guiñazu, Abuda teve uma atuação que deixou a desejar. Além de errar muitos passes (cinco), o volante cometeu diversas faltas (seis). As falhas de fundamento comprometeram a saída de bola da equipe, que encontrou muita dificuldade para furar o bloqueio gremista, principalmente no segundo tempo, quando raramente o Vasco apareceu no campo ofensivo.
A ANDORINHA SOLITÁRIA
Escalado para municiar o atacante Edmilson e buscar espaço para as suas próprias finalizações, Marlone teve um bom início de jogo. Em chute colocado, o meia-atacante exigiu intervenção espetacular de Dida. Pouco depois, o jovem vascaíno deu lançamento primoroso para Edmilson arrematar por cima. Mas não estava fácil a vida de Marlone. Praticamente sozinho na marcação, caiu de rendimento na etapa complementar, quando perdeu o gás necessário para seguir martelando a defesa adversária.
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