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Paysandu pode ter "atacante, um meia e um zagueiro" do Vasco

Ele tem 51 anos. Dos quais 22 são dedicados ao futebol. Num primeiro momento como atleta e, agora, como treinador. De fato, Nazareno Silva precisará de experiência para lidar com a tarefa mais delicada e de maior repercussão da sua carreira: ascender de divisão com o Paysandu, sendo que, antes, ele tem que confirmar a hegemonia estadual. Surpreendentemente, Nazareno foi anunciado como o comandante bicolor para a temporada 2010, no último sábado.

Será o único? Só o tempo dirá. Formado em educação física, pós-graduado em gerência do esporte, Nazareno Silva chega referendado por Alberto Maculan, futuro gerente de futebol do clube. No seu discurso de apresentação, o técnico priorizou o trabalho a médio e longo-prazo. “Acredito em dedicação, na qualidade do atleta. Mas trabalho, principalmente, com planejamento para superar o desafio e chegar ao sucesso”, disse. Para pôr as suas ideias em prática, tempo não faltará.

Primeiro, o projeto da presidência é que o contratado assuma o comando da equipe Sub-20. E, hoje à tarde, a previsão é de que os remanescentes do elenco profissional voltem aos trabalhos já visando a peregrinação alviceleste pelo interior do Estado. O tamanho do desafio não assusta e, pelas palavras de Nazareno, fica claro que o Paysandu apostou num profissional com ambição de crescer e evoluir. “O objetivo é levar o Paysandu para a Série B. Sei que a cobrança e o desafio são grandes, mas a repercussão também é maior”. A opção por profissionais mais consagrados, rodados, dessa vez, ficou para trás.

“Jogador tem que querer trabalhar”

Nem o estilo sargentão de Edson Gaúcho nem o teórico de Valtinho. A impressão é de que Nazareno Silva é o meio-termo entre os seus antecessores. “Chego preparado para assumir o trabalho e disposto a colocar o Paysandu no lugar que lhe interessa”.

Sem tempo a perder, Nazareno já tratou de adiantar pontos da sua cartilha a ser implantada na Curuzu. “Tenho como perceber logo quem quer e quem não quer trabalhar. Jogador de futebol tem que querer trabalhar e não pode querer apenas um emprego. Vou buscar esse tipo de pessoas”.

De acordo com o novo comandante, não há uma preferência específica quanto a esquema-tático utilizado. “Temos que analisar os jogadores disponíveis. Até gosto de uma linha defensiva com quatro, mas tem que ver a resposta do grupo”.

Outra ideia é o lançamento dos atletas oriundos da divisão de base. “Tenho uma visão. No futebol não existe idade nem para entrar, nem para sair. Só basta que eles tenham qualidade e espírito”, falou, concluindo: “Faremos avaliações dos atletas do Sub-20 e observaremos os jogadores que ficaram”.

Silêncio foi quebrado com críticas

Ele resolveu quebrar o silêncio. Aliás, falou até pelos cotovelos. Luiz Omar, presidente do Paysandu, voltou a conversar com a imprensa. O homem-forte do Papão evitou gravadores e microfones desde a semana posterior à eliminação na Série C.

Luiz Omar disse que, nesse período, a diretoria se esforçou para evitar que as dívidas penhorassem os bens bicolores. “Ninguém comenta que pagamos R$15 mil para evitar o leilão da sede em favor de um lateral que nem lembro o nome. Também negociamos com aquele zagueiro Alex Pinho...”.

O presidente também negou que sua gestão seja centralizada. E criticou quem pensa assim. “Exatamente por ser tão democrático é que me foram criados problemas. No Paysandu existe diretor para todas as áreas”. Aborrecido, ele deu o recado: “Desconheço oposição no Paysandu. Se a oposição aparecer, eu entrego as chaves do clube segunda-feira (hoje)”.

Peneirada agitou o domingão na Curuzu

A manhã de domingo foi especial para o menino Eduardo Machado, de 15 anos. Ele subiu um dos vários degraus de uma escada ilusória para atingir sonho de ser jogador de futebol. Veloz e com alguma categoria na troca de passes, Eduardo foi aprovado na peneirada, espécie de pré-avaliação promovida pela coordenadoria de divisões de base do Paysandu, por meio de partidas de 25 minutos.

“Ele gosta tanto que a minha maneira de castigá-lo é queimar, furar as bolas de futebol que eu mesma dou para ele”, disse, às gargalhadas, Sandra Machado, mãe do garoto, que foi deu o apoio moral ao filho. “Amanhã, vou para o campo da aeronáutica continuar os testes. Vou ter que faltar aula. Mas é só uma mesmo...”, falou Eduardo. E, se depender de companheirismo, Eduardo será um jogador profissional. Ele emprestou uma chuteira para um amigo, também aprovado.

Num universo de 191 inscritos, com boa parte de garotos humildes, é natural que nem todo mundo disponha de chuteira, um dos requisitos da peneirada. Aliás, a média de idade foi de 12 a 20 anos e apareceram mais candidatos a meio-campo e atacante. Para a posição de lateral-esquerdo, por exemplo, foi difícil encontrar atletas. “Tivemos que dar um jeito e conversar para que alguns jogassem por lá”, enfatizou Ricardo Ribeiro, preparador físico.

Para os jogos, a divisão foi feita de acordo com a faixa etária. E os garotos sofreram com a temperatura. “Eu prefiro ficar na sombra”, exclamou um. Segundo o técnico Nad, o nível técnico foi de razoável para bom. “O que mais se destaca é o vigor físico desses garotos. Tem zagueiro com 1,90 de altura. Isso é legal. E se tiver mais de 20 anos só aprovamos se for acima da média”, comentou.

Refugos são oferecidos aos bicolores

Comentando sobre a eliminação na Terceirona, Luiz Omar deu a entender que a saída de Valter Lima, o último treinador, foi uma consequência do que classificou de desastre de Juazeiro do Norte. “Em momento nenhum senti que tava tão ruim. Meu pensamento foi simples. No primeiro jogo, aqui na Curuzu, mesmo não jogando tão bem, conseguimos criar oportunidades. Imaginei que no segundo jogo bastava jogar de uma maneira parecida e fazer os gols”, lamentou, referindo-se às partidas contra o Icasa.

Mas a campanha deste ano foi a última na Terceirona. Pelo menos é o que garantiu Luiz Omar. “A gente não fica mais na Série C. Nem que eu faça uma loucura. No clube, (dinheiro) sai. Eu já coloco do meu”, disse. Para tanto, os primeiros reforços devem vir do Cruzeiro (MG). “Estão me oferecendo jogadores que estouraram no Sub-20. Devem ser os primeiros jogadores a chegar. Seria um zagueiro e um meio-campo. Do Vasco (RJ), podem vir um atacante, um meia e um zagueiro. Também nessa condição, de jogadores que já estouraram”.

Por último, ele fez elogios ao treinador e adiantou o projeto. “A ideia é que ele assuma logo o Sub-20, que vai ser a nossa base dos amistosos. Vamos aceitar mais convites do interior e pediremos para a Federação colocar os jogos do campeonato Sub-20 para o meio de semana. Assim, não teremos problemas de calendário”.

Fonte: Diário do Pará
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