O amor pelo Vasco veio influenciado pelo pai e pelo padrasto. Mas a mãe Vanessa não sabe explicar como nasceu a idolatria do filho Rafael, de sete anos, por Carlos Alberto. Ela só percebeu a importância do jogador cruzmaltino na vida do menino há pouco tempo, quando escutou uma frase que lhe chamou a atenção.
- Ele me disse que gostava mais do Carlos Alberto do que do Papai Noel - lembrou Vanessa, que decidiu então conseguir uma folga no serviço para levar o filho para conhecer o ídolo.

Pequeno Rafael sorri ao lado de Carlos Alberto, que exibe o presente dado pelo fã após o treino
O primeiro encontro aconteceu na semana passada. Rafael ganhou um abraço, um autógrafo na camisa e tirou uma foto com Carlos Alberto. Mas, na inocência de toda criança, fez um pedido inusitado para o ídolo.
- Ele queria que o Carlos Alberto fosse até a sua festa de aniversário no último domingo. O Carlos Alberto foi muito educado e atencioso com ele e pediu o e-mail para se comunicar com a gente - explicou a mãe.
Carlos Alberto não conseguiu comparecer à festa de sete anos do fã, mas pediu ao menino voltar a São Januário para \"uma surpresa\". Desde então, Rafael não parava de falar no novo encontro. E nesta quinta-feira, o pequeno torcedor roubou a cena no treino do Vasco, em São Januário. Ele não conseguia esconder a alegria ao ver Carlos Alberto treinando no gramado. Das sociais do clube, falava a cada minuto do ídolo. E não largava um troféu simbólico que queria dar de presente para ao jogador.
- Ele é meu ídolo. Você viu a bicicleta que ele deu? Queria fazer como ele - disse Rafael tentando imitar o movimento levando uma das pernas.

O Vasco foi o tema do aniversário de Rafael, que completou sete anos e mostrou seu amor pelo clube
A festa de aniversário de Rafael no último domingo foi especial. O Vasco, lógico, foi o tema. Mas o meia, mesmo ausente, virou a grande estrela.
- Era tudo do Vasco. Ele vestiu o uniforme e ficava mostrando para os amiguinhos a camisa que o Carlos Alberto autografou. Ele me fez colocá-la em uma moldura de vidro. Até a lembrança da festa era sobre o Carlos Alberto. Um imã de geladeira com a foto dos dois - contou a mãe.
O novo encontro com Carlos Alberto veio no fim do treino. Primeiro Rafael entregou o troféu para o meia. Depois, entrou no gramado e ganhou um abraço. Mas o maior presente ainda estava por vir. O capitão vascaíno levou o garoto para dentro do vestiário para conhecer o resto do time.
- É difícil de explicar esse amor dele pelo Vasco. Se o time estivesse ganhando a gente até entenderia. Porque criança é assim. Mas ele nunca viu um título do Vasco. Ele nasceu em 2002 e o último título do clube foi em 2003. Ele era muito pequeno. Os amiguinhos dele ficam falando que o time caiu para a segunda divisão, mas ele não liga. Me pediu até para comprar aquela camisa com a frase \"O sentimento não pode parar\" - disse Vanessa, que torce pelo Fluminense.
Fã incondicional do Vasco, Rafael parecia cometer só um pequeno \"deslize\". Que chuteira era essa vermelha e preta? Logo das cores do maior rival?
- Que nada. É a chuteira que o Carlos Alberto usa para jogar - responde o garoto, sorrindo.
O objetivo de Rafael, agora, é ter um cabelo com tranças iguais ao de Carlos Alberto. Uma ideia que faz Vanessa \"perder os cabelos\". Mas o próprio ídolo foi ajudando nesta luta entre mãe e filho.
- Para ficar assim você precisa ter o cabelo duro (risos). Deixa disso - brincou Carlos Alberto com o pequeno fã.
Rafael foi embora. Feliz da vida. E a frase pintada em um dos muros de São Januário nunca fez tanto sentido: \"Enquanto houver um coração infantil o Vasco será imortal\".
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