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Percentuais de Paulinho e Luan causam dúvidas em balanço patrimonial

Faltando pouco mais de uma hora para o término do prazo, o Vasco publicou em seu site oficial o balanço patrimonial de 2018 com 62 páginas e auditado pela empresa "BDO". No dia anterior, em carta aberta ao conselheiros, o presidente do clube, Alexandre Campello, já havia informado que o Cruzmaltino havia obtido "o maior superávit do Brasil" na temporada. Nos documentos apresentados, as justificativas para tal se concentram, basicamente, na venda de jogadores - impulsionada com a transferência do atacante Paulinho para o Bayer Leverkusen (ALE) - acordos na Justiça e uma redução de custos operacionais.

Uma tabela foi exposta fazendo um comparativo com os balanços de outros 11 clubes que possuem grandes torcidas no país. Nele, o Vasco aparece como o que possuiu o maior superávit (R$ 64 milhões), seguido por Grêmio (R$ 53,3 milhões), Flamengo (R$ 45,9 milhões), Palmeiras (R$ 30,7 milhões) e São Paulo (R$ 7,2 milhões). Fluminense, Internacional, Botafogo, Corinthians, Atlético-MG, Cruzeiro e Santos aparecem com números negativos.

No quesito redução de dívidas, o Vasco também surge no topo da tabela tendo reduzido seus débitos em R$ 93 milhões e ficando atrás somente do São Paulo, com R$ 123,4 milhões.

Paulinho impulsiona quadro favorável

Numa curva atípica em comparação a outros anos, o Vasco teve um lucro de quase R$ 70 milhões com venda de atletas, sendo que dos R$ 76,7 milhões referentes a Paulinho, R$ 56,6 foram pagos à vista pelo Bayer Leverkusen (ALE). As outras receitas com direitos econômicos foram oriundas de Madson (R$ 2 milhões) ao Grêmio, Matheus Vital (R$ 5 milhões) ao Corinthians, Diego Souza (R$ 1,6 milhão) ao Al-Ittihad e Evander (R$ 938 mil) ao Midtjylland.

Percentuais de Paulinho e Luan causam dúvidas

No tópico sobre os direitos econômicos dos jogadores vendidos, tem causado dúvidas em vascaínos nas redes sociais o fato do clube não ter mais nenhum percentual sobre Paulinho e Luan em dezembro de 2018. Em relação ao atacante, foi dito em entrevistas que o Vasco ainda teria direito a 10%. No que se refere ao zagueiro, uma porcentagem também teria sido preservada, algo que também não consta no balanço.

Redução da folha salarial e acordos judiciais

Outro ponto de economia apontado no balanço foi em relação à folha salarial do departamento de futebol, que teve uma redução de cerca de R$ 2 milhões em relação a 2017.

O documento também informa uma série de acordos judiciais não cumpridos e que foram renegociados, além de uma autorização da Justiça para utilizar aproximadamente R$ 36 milhões de depósitos judiciais para quitação de dívidas tributárias no âmbito do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol (Profut).

Neste ponto, a auditoria da BDO fez a seguinte observação:

"A homologação formal e definitiva do parcelamento, encontra-se em processo de aprovação pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Em 2018, foram utilizados depósitos judiciais de aproximadamente R$ 36 Milhões para quitação de parte do endividamento no âmbito desse programa. Em 2019, o Clube recebeu uma notificação da Receita Federal do Brasil referente a diferenças nos pagamentos efetuados até o momento. Conforme nota explicativa n°15, o Clube, conservadoramente, provisionou esses valores e está avaliando as ações futuras em relação aos fatos narrados na referida notificação. Nossa opinião não contém ressalva em relação a esses assuntos".

Auditoria aprova com ressalvas

Responsável por realizar a auditoria, a conceituada empresa "BDO" aprovou o balanço, mas fez ressalvas que totalizam quase R$ 42 milhões (R$ 32 milhões de depósitos judiciais; R$ 3 milhões sobre pagamentos de férias e encargos; e R$ 6 milhões sobre rescisões).

No resumo de suas observações, avaliou que "exceto pelos possíveis efeitos dos assuntos descritos na seção 'Base para opinião com ressalva', as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Club Vasco da Gama, em 31 de dezembro de 2018".

Tais ressalvas na seção "base para a opinião" foram:

Limitação da Rubrica "Depósitos Judiciais"

"Em 31 de dezembro de 2018, o Clube possuía o montante de R$ 32.088 (R$ 33.252 em 2017) registrado na rubrica de Depósitos Judiciais, para os quais não obtivemos evidências de auditoria apropriada e suficiente quanto a sua existência e realização. Consequentemente, não emitimos opinião sobre essa rubrica".

Limitação de Férias a pagar e Encargos de férias

"Em 31 de dezembro de 2018, o Clube possuía o montante de R$ 3.308 mil em Férias a pagar e R$ 1.696 mil em Encargos de férias, para os quais não obtivemos evidências de auditoria apropriada e suficiente quanto a sua existência e realização. Consequentemente, não emitimos opinião sobre essa rubrica".

Limitação de Rescisões

"Em 31 de dezembro de 2018, o Clube possuía o montante de R$ 6.241 mil em Rescisões, para os quais não obtivemos evidências de auditoria apropriada e suficiente quanto a sua existência e realização. Consequentemente, não emitimos opinião sobre essa rubrica".

Agradecimento a Carlos Leite

Em sua carta de apresentação, o presidente Alexandre Campello chamou a atenção pelo agradecimento ao empresário Carlos Leite, que em algumas ocasiões fez empréstimos ao Vasco.

O agente foi mencionado quando o dirigente citou "empresas que têm dado alicerce a essa gestão em suas respectivas áreas de atuação". Além dele, foram nomeadas as consultorias e auditorias KPMG, Totvs, BDO, Grant Thornton, além do Banco BMG, que realizou operações de empréstimo e, recentemente, fechou um patrocínio máster para o clube.

Clube explica patrocínio do banco

Ainda no balanço, o Vasco deu detalhes sobre a parceria firmada com o Banco BMG. Segundo o texto, "a vigência do contrato é de 2 anos e o valor da remuneração fixa foi de R$ 8 milhões, recebida integralmente no ato da assinatura do contrato. O contrato ainda prevê participação do Vasco da Gama nos resultados advindos da utilização dos serviços de um banco digital exclusivo para atender torcedores do Clube, extensão da vigência do contrato para 5 anos, caso a remuneração total do negócio atinja R$ 15 milhões em 2020".

Vasco projeta "liderança administrativa" em 11 anos

Dividindo em etapas, o Vasco estipulou uma meta ousada de, em 2030, se tornar uma "liderança nacional em estrutura administrativa, força financeira e qualidade do time de futebol".

Num objetivo a médio prazo, prevê em 2024 estar como "um dos maiores clubes de futebol e maior capacidade financeira, incluindo estrutura de gestão e de apoio de futebol condizentes com esse posicionamento nacional".

Conselho Fiscal terá 30 dias para avaliar

Conforme decidido em reunião do Conselho Deliberativo da última segunda-feira (29), a diretoria administrativa terá 30 dias para fornecer documentos ao Conselho Fiscal para análise do balanço. Após apreciá-los, o órgão dará seu parecer e o encaminhará para votação de aprovação ou não do balanço no Conselho Deliberativo.

Fonte: UOL Esporte
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