O plano de recuperação judicial protocolado pelo Vasco e a SAF prevê um deságio (desconto do valor total) de 92% no pagamento a credores trabalhistas "não colaboradores", isto é, aqueles que não aderiram às condições discutidas na mediação feita pela FGV.
Pela proposta do Vasco, quem integra esse grupo, portanto, só receberia 8% do valor de seus créditos. Para ficar claro: se o clube tem uma dívida de R$ 100 mil, pagaria a esse credor apenas R$ 8 mil.
Segundo o documento, os pagamentos começariam em até 12 meses da homologação do plano e serão limitados a 150 salários-mínimos, o equivalente a cerca de R$ 227 mil atualmente.
Já os chamados credores trabalhistas colaboradores, aqueles que participaram das mediações, vão receber integralmente o que o Vasco lhes deve. Os créditos, sem deságio, serão pagos em até 10 anos, segundo a proposta do clube.
Uma das cláusulas estabelece que a concessão do benefício implica a extinção automática de qualquer saldo remanescente superior a R$ 5 milhões por credor.
As condições viraram assunto em grupos de credores. Quem não aderiu à mediação já estuda alternativas para brigar pelos seus créditos.
Após a distribuição do plano, os credores serão convocados pela Justiça para deliberar sobre sua aprovação em assembleia geral.
A propósito, hoje presidente do Vasco, Pedrinho já esteve do lado dos credores. Ao tomar posse no cargo, renunciou a um crédito de R$ 1,25 milhões, que pleiteava na Justiça pela sua curta passagem no clube em 2008, ainda como jogador.