Que desfecho lamentável

Era de se imaginar um fim de jogo melancólico com Flamengo e Vasco eliminados, mas não se esperava um desfecho tão deprimente como o do clássico de ontem. Dois tumultos generalizados atrasaram o final da partida e terminaram com jogadores e policiais tendo de se explicar no Juizado Especial Criminal (Jecrim).
Aos 45 minutos do segundo tempo, Jônatas levava o Flamengo ao ataque pela meia direita e sofreu falta de Morais, que em seguida tentou chutar a bola para longe. Os dois começaram a discutir e o tumulto se formou. Em instantes, outros jogadores correram para o local e começou o empurra-empurra.

Até aí, a confusão poderia ser controlada apenas com a presença da PM em campo. Mas invadiram o gramado, além dos policiais, reservas das duas equipes, o técnico Renato Gaúcho e dezenas de jornalistas, totalizando mais de cinqüenta pessoas onde deveria haver apenas 22, além dos árbitros.

No recomeço do jogo, o árbitro Edílson Soares da Silva expulsou Morais e o rubro-negro Diego Souza, que teve de ser contido.

O pior ainda estava por vir. Ao apito final, o meia rubro-negro Renato partiu na direção de Edílson Soares da Silva. Foi seguro pelo policial André Bonzoumet, do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe). Quando alguns jogadores do Vasco se aproximaram de Renato, o sargento Ademir, também do Gepe, espirrou seu spray de pimenta. Fellype Gabriel e Peralta, do Fla, e um repórter de televisão foram atingidos.

O major Marcelo, comandante do Gepe, tentou explicar a atitude do seu comandado.

- O sargento Ademir é um policial totalmente equilibrado. Se usou o gás pimenta, é porque viu-se na necessidade. Ele estava cercado por jogadores dos dois times - comentou o major.

O meia Renato disse que queria apenas falar com o árbitro e reclamar de ele ter dado pouco acréscimo. Edílson Soares da Silva prometeu não omitir nenhum detalhe da confusão na súmula.