Régis começou a carreira no futebol defendendo o Dom Bosco, em Cuiabá, após se mudar ainda criança de Itumbiara, em Goiás, para Mato Grosso. Nos primeiros treinos, dividiu campo com nomes como Bife, Fidélis, Mosca, Tostão e Pelézinho, aprendendo a base de sua futura trajetória.
Aos 16 anos, se transferiu para a equipe juvenil do Vasco da Gama. No clube, foi reserva do goleiro Acácio. Conquistou importantes títulos pelo Cruzmaltino, sendo bicampeão Carioca e campeão brasileiro em 1989.
Segundo o ex-goleiro, Eurico Miranda foi uma figura emblemática e relembra um pouco do convívio com o dirigente.
—Ele foi a pessoa que fez a maior jogada do futebol brasileiro, que foi a compra do Bebeto. Arrebentou com a diretoria do Flamengo, que fez um estrago lá. O Flamengo tentou revidar, levou Edmundo, Felipe, mas o impacto do Bebeto foi muito grande, sendo ainda campeão brasileiro — disse o ex-jogador em entrevista ao Põe na Conta Podcast.
''Para os jogadores, Eurico Miranda é o melhor do mundo. Ele fazia tudo pra gente. Você é vascaíno, quer jogar no Vasco, tem tudo. Agora, se você falasse quero sair do Vasco, você arranjava um inimigo''
Vasco em 1989 - Luís Carlos Winck, Régis, Luisinho, Jorge Luís, Eduardo, Alexandre Torres, Bebeto, Flávio, Geovani, Edmundo e Bismarck — Foto: Detetives Vascaínos
A passagem pela Seleção Brasileira
Em 1986, foi emprestado ao América-RJ, que terminou o Campeonato Brasileiro na terceira colocação. Foi nessa passagem que Régis recebeu a primeira convocação para a Seleção Brasileira, vestindo a camisa em quatro oportunidades e estreando ao lado de Romário e Dunga.
Em 1990, Régis viveu a experiência internacional jogando pelo Braga, em Portugal, dividindo elenco com Carlos Carvalhal, que era zagueiro na equipe e se tornaria treinador de destaque.
Retornou ao Vasco, antes de iniciar a fase mais longa e vitoriosa de sua carreira no Paraná Clube, conquistando cinco títulos estaduais.
Sobre os ídolos do passado, Régis não economiza elogios:
— O melhor goleiro que vi jogar foi o Acácio. Da história da Seleção Brasileira, o Emerson Leão. Foi gigante em 1974, em 78. Acho que nenhum goleiro teve uma participação como ele — enfatiza.
''Eu sou vascaíno, fui criado em São Januário. Eu saía para ir ao Maracanã para ver Boca Juniors contra Flamengo, para ver Zico e Maradona. Zico era muito mais jogador. Para o time, mais completo, ele era craque o tempo inteiro. Maradona era showman, fazia os espetáculos dele, mas de vez em quando sumia. O Zico não… Zico era intenso''
O ex-goleiro também passou pelo Coritiba, atuando ao lado de Alex e de Mozart — hoje treinador do clube — e encerrou a carreira na Inter de Limeira, dividindo o elenco com Elano. No Paraná, jogou com Ricardinho. Entre tantos grandes nomes com quem atuou, ele revelou seu favorito na posição de goleiro.
— No momento, vejo o Ederson. Sai bem do gol, joga muito bem com os pés, e debaixo das traves se equivale aos outros. Falam muito do Neuer, mas ele não tem os pés do Ederson e não sai do gol como ele. Eu acho que o Ederson é mais completo, melhor do que o Alisson — finalizou.