Futebol

Renato elogia o grupo, diz que não tem nada perdido e reclama de pênalti não

Em entrevista coletiva após o empate contra o Atlético Paranaense, o técnico Renato Gaúcho comenta o jogo, reafirma que não há nada perdido e aponta pênalti não marcado a favor do Vasco.
\"Foi um jogo pegado, um jogo de seis pontos, tanto para a gente quanto para eles.As duas equipes buscando o gol. O Vasco não começou tão bem, mas aos pouquinhos, foi tomando conta do jogo. Fizemos o gol, tivemos, inclusive, uma ou duas chances claras de fazer o segundo gol também. Não fizemos e acabamos tomando o gol de empate. Depois, no segundo tempo, infellizmente para a gente, o Atlético fez o segundo gol, mas a equipe estava bem, não se abateu, continuou brigando, continuou lutando, continuou criando e chegamos ao empate, infelizmente para a gente no finalzinho, porque os jogadores estavam se comportando bem.

Sobre a diminuição das chances do Vasco escapar do rebaixamento:
\"Está bastante colado. A gente tem que continuar acreditando. Eu continuo acreditando no meu grupo, porque eles têm trabalhado bem, durante a semana toda. Eles têm se dedicado durante os jogos. A pegada tem sido forte. O problema é que o lado psicológico desgasta bastante. Às vezes o próprio jogador acaba cometendo uma falha no campo, porque o lado psicológico dele está \"muito alto\", ele sabe que não pode errar, a cobrança tem sido muito grande e eles acabam falhando. Tem que trabalhar bastante o lado psicológico dos jogadores, mas eu volto a repetir, eu não tenho que me queixar do grupo, não. Eles têm trabalhado, têm feito tudo o que a gente tem pedido, têm se dedicado. O maior resultado de tudo isso é o reconhecimento sempre, por parte da torcida. Mais uma vez hoje ela deu um show, incentivou, gritou, empurrou a equipe para a frente e você vê que no final do jogo, os jogadores foram aplaudidos de novo. É lógico que a gente não conseguiu o que nós queríamos, que é a vitória, mas o torcedor está vendo, e está lutando junto, está vendo que os jogadores estão se esforçando. A gente vai sofrer, até o final é assim. Não tem moleza, os pontos não vão cair do céu, a gente tem que buscar. O sofrimento é grande, mas a gente não pode desistir.\"

Desequilíbrio entre a pior defesa e o segundo melhor ataque do campeonato:
\"A gente sempre procura treinar durante a semana toda, tanto a defesa, quanto o meio e quanto o ataque. Infelizmente, o Vasco tomou muitos gols durante o campeonato. Vem tomando, mas vem fazendo. Futebol, eu sempre falo para eles, tem que ter atenção. Já é difícil fazer o gol, a tente não pode entregar os gols com facilidade. Mas é aquilo que eu falo, às vezes o lado psicológico dos jogadores, de tanta cobrança, eles entram e de repente eles estão cansados mentalmente sem nem ter entrado em campo e as coisas se dificultam ainda mais. Mas é lutar, brigar, continuar trabalhando, continuar acreditando. Não é o fim do mundo, não. Tem muitos times que estão embolados, estão próximos, e muita coisa pode acontecer\"

Questionamento sobre os matemáticos:
\"Alguém pode me dizer com quantos pontos se livra? Ninguém. É jogo a jogo, degrau a degrau. Tem que lutar, tem que buscar o máximo de pontos a cada jogo. Uns falam 4, outros falam 42, daqui a pouco, com 40 está se livrando. Tem muitos confrontos diretos. Será que já pensaram nisso? Tudo pode acontecer. É logico que qiuanto mais pontos a gente fizer, o mais rápido possível, melhor. Não deu para ganhar os três, tudo bem, ganhamos um ponto. Nós não tínhamos um adversário que não tem o que fazer durante o campeonato, hoje. O adversário também estava pensando num jogo de seis pontos. A gente briga, a gente luta, eu estou aqui há dez minutos, ninguém aqui falou se foi falta no meu goleiro, ninguém falou que nós tivemos um pênalti legítimo. Ninguém, fala nada, ninguém me pergunta sobre isso, por quê? Eu não preciso do replay pra ver que foi pênalti, que foi falta no meu goleiro, eu sei que foi. Eu enxergo bem, e ninguém comenta isso. [silêncio na coletiva] Ai todo mundo fica mudo, todo mundo fica calado. Se eu falo algumas palavras, sou chamado lá no Tribunal. Não é desculpa pelo empate, mas, convenhamos. Outro dia o Fluminense, também a mesma coisa, lá em Salvador, agora o Vasco aqui. E ninguém fala nada [mais silêncio]. Aí, se tem um pênalti para o time de fora, todo mundo grita. Não sei se as pessoas estão torcendo pelo futebol carioca ou se estão torcendo contra. Fazer o quê, né? Mas tudo bem, próxima pergunta.\"

Contestação da imprensa à falta no goleiro Rafael e ao pênalti:
\"Não foi falta no meu goleiro? Isso é a opinião de vocês, eu quero ver na televisão para ter a minha opinião. Eu, de longe, vi que foi falta. Tanto é que eu conversei com o Rafael no vestiário. E o pênalti, quando o Mádson bateu a falta e o cara abriu os braços? [concordância da imprensa, informando que o jogador a cometer o pênalti foi Netinho]. Pois é. E aí? Pênalti, mão, no braço, é cal. É, mas pênalti não decide uma partida, né? Para que marcar pênalti? [em tom irônico]. Agora, se for na minha área, pode ter certeza que é pênalti.\"

Desvantagem de jogar contra um Fluminense descansado:
\"O Fluminense não e culpado, mas o Fluminense foi beneficiado, porque não jogou praticamente, jogou só quinze minutos [o jogo foi interrompido por falta de luz]. Nós tivemos um jogo de noventa minutos, aqui, pegado, o desgaste foi muito grande, enquanto que o Fluminense não se desgastou. Mas o clube não é culpado de nada, não. Infelizmente aconteceu um problema de luz. Agora, vamos nos preparar para o clássico\"

Se a contusão de Edmundo prejudicou o time:
\"Sentir, o Edmundo sentiu. Num jogo desses, em que eu preciso das três substituições, para mudar alguma coisa na parte tática, ou mudar alguma coisa no time, no decorrer do jogo, eu perdi dois jogadores no intervalo do jogo por contusão. Quer dizer, eu fui obrigado a fazer as duas substituições e depois eu tinha apenas uma. E eu não poderia queimar logo no início do segundo tempo, porque daqui a pouco tem um jogador expulso, tem um jogador que sente de novo e eu não posso fazer mais nada. Eu ainda segurei ao máximo,mas com vinte minutos, aí pelos vinte minutos, tive que mudar porque nós tomarmos o segundo gol. Depois, infelizmente, o Fernando sentiu. Eu tive que adiantá-lo, porque lá atrás ele não podia correr atrás de ninguém. Infelizmente, as coisas hoje não deram tão certo. Se você for analisar, analisar pelo outro lado, não foi tão ruim assim, porque um ponto é um ponto. Nós ganhamos apenas um ponto, mas não deixamos o Atlético disparar. O Atlético tem um ponto na nossa frente. Por tudo o que aconteceu, mesmo assim eu elogiei o grupo pelo espírito de luta, pela vontade, que não se entregaram, nem um minuto sequer. Falei para eles, é ter determinação que a gente vai chegar lá. A gente vai falhar, vamos continuar falhando, ninguém é perfeito. Algumas coisas vão acontecer negativamente? Vão acontecer, principalmente numa fase dessas, mas não pode desistir, tem que continuar lutando e se dedicando.\"

Falhas de arbitragem e substituições forçadas como culpadas pelo empate:
\"Nós cometemos falhas, também. Eu não vou responsabilizar a arbitragem pelo empate que nós tivemos. Agora, poderia ter sido diferente. Um pênalti é um pênalti, um pênalti tem grandes chances de ser gol. Nós poderíamos ter conquistado os três pontos. Infelizmente, as contusões acontecem, eu fui obrigado a mexer\". Não vou responsabilizar ninguém, não, até porque nós também tivemos falhas. Agora, se o árbitro está aí, ele tem que dar, contra ou a favor. Ele está aí dentro do campo para cumprir as leis. E bola na área, no braço, intencionalmente, como aconteceu, é cal. Não tem que inventar, tem que dar. E olha que eu não vi direito o lance no Alex. Quer dizer, quem estava próximo do lance, o que que eu vou falar?\"

Possibilidade de alteração no planejamento, por conta da tentativa de invasão:
\"Não, não tem prejuízo, a torcida está com o grupo, a torcida está junto, não tem que sair daqui, não. A gente vai treinar aqui, amanhã e vai treinar sábado também aqui. Domingo, a gente vai para o Maracanã enfrentar o Fluminense, com a parte da torcida do Vasco lotando o Maracanã, pode ter certeza. É assim, não pode ser diferente, o torcedor está reconhecendo, o pessoal está se esforçando, esta brigando. Infelizmente nós cometemos algumas falhas. Eu converso com eles, vou procurar corrigir. Tenho conversado, tenho aconselhado, tenho falado na teoria, mostrado na prática, mas quando a maré não é tão boa, infelizmente essas as coisas acontecem\"

Nivel de comprometimento do trabalho por , citando como exemplo os dois gols do Atlético Paranaense:
\"Eu não vou contra o seu comentário [do repórter], o teu comentário está certo. Agora, eu como treinador, como comandante, eu tenho que cobrar, mas tenho que cobrar do meu grupo dentro de quatro paredes. Eu não posso ficar aqui colocando o grupo, A, B ou C para os leões. Eu tenho que publicamente defender os meus jogadores e vou continuar cobrando deles dentro do vestiário\"

Por que o torcedor, que faz o seu papel comparecendo, tem que continuar acreditando:
\"A gente trabalha para conseguir o resultado. Agora, veja bem, sobre isso, nos meus cálculos, nos últimos dois jogos, a gente tinha que conseguir quatro pontos. Se nós tivéssemos empatado com o Goiás, lá e vencido aqui, nós teríamos ganho quatro pontos, estava tudo bem. Nós ganhamos lá, então todo mundo achou que nós já iríamos ganhar dentro de casa, também. Enfim, nos meus cálculos, nós tínhamos que ter quatro pontos, e nós ganhamos quatro pontos. É lógico que nós conseguimos uma vitória lá contra o Goiás, que era difícil e o time jogou bem, como jogou bem hoje de novo, é lógico que a gente esperava mais três pontos, hoje, mas infelizmente não foram possíveis. Mas tá muito próximo, o Atlético tem um ponto na nossa frente, o Náutico tem dois pontos, na nossa frente, o Fluminense e o Figueirense vão jogar, têm 34, a Portuguesa tem 35. Não só a tabela do Vasco mas a tabela dos adversários, ela é ingrata também. Eu tenho que continuar acreditando, tenho que convocar o torcedor. Você quer que eu faça o que? Que fale que o torcedor não tem ir pro estádio, porque não vai dar? Eu acredito, senão, já falei pra vocês, não teria nem vindo. Eu continuo trabalhando, continuo botando o grupo pra cima, continuo treinando em todos os sentidos, continuo convocando o torcedor. Vou fazer a mesma coisa para o jogo de domingo. Tem muita coisa para acontecer, a gente que estar juntos, o torcedor tem que estar junto da gente, issoé o mais importante.Os últimos quatro, cinco jogos do Vasco foram muito bons. Daqui a pouco, a bola vai entrar lá na frente e não vai entrar mais lá atrás. A gente tem que continuar acreditando e o torcedor também. O torcedor está de parabéns de novo, ele fez a parte dele maravilhosamente de novo. Mas o torcedor não pode reclamar também do time, porque o time lutou, o time está brigando os noventa minutos, e o torcedor está reconhecendo isso. Então, o que a gente precisa é corrigir algumas coisas, porque, como você já falou, infantilmente a gente tem entregado alguns gols para os adversários, é só isso.\"

A atuação de Mádson:
\"O Mádson é um guerreiro. Em 2005, quando eu lancei o Mádson aqui, todo mundo riu. Hoje, os melhores times do Brasil querem o Mádson. É um jogador de confiança, um jogador que desequilibra, que vai para dentro, tem todas as caacterísticas que eu gosto. Para muita gente, ele não tem o tamanho para jogador de futebol. Para mim, ele tem. Ele faz muito mais do que muita gente com 1,90m, 1,80m. Então, é um jogador que tem se destacado, tem nos ajudado.\"

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