O Vasco venceu o Bahia, de virada, por 3 a 1, na noite da última quarta-feira, em São Januário, em jogo marcado por muita reclamação da arbitragem pelas duas equipes. O clube carioca ficou na bronca pela não expulsão do volante Rezende e do atacante Sanabria, do Tricolor, enquanto os visitantes criticaram o cartão vermelho para Jean Lucas.
No Troca de Passes, o comentarista de arbitragem Paulo Cesar de Oliveira analisou que Rezende deveria ter sido expulso por entrada dura em Phillipe Coutinho no início do jogo.
- Nem falta, nem amarelo. Ele [árbitro] dá sequência no jogo, o Vasco joga a bola para fora, e ele fica insistindo para o Coutinho voltar. Repare no replay na forma que o Rezende entra, com a sola da chuteira, perna estendida, um risco gravíssimo de lesionar o adversário. Se o Coutinho não tivesse levantado o pé teria o risco de uma fratura. Entrada muito dura - disse Paulo Cesar de Oliveira.
Paulo Cesar de Oliveira avaliou a expulsão de Jean Lucas, que recebeu o cartão vermelho direto aos 35 minutos do primeiro tempo, por cotovelada em Cauan Barros. O comentarista opiniou que a ação do VAR Gilberto Rodrigues Castro Junior se deu em função da "omissão" no lance anterior envolvendo Rezende.
- Entrada do Rezende aos 22 minutos. E a expulsão do Jean aos 37. E, na minha avaliação, para compensar um erro anterior. Foi claríssima a não chamada no lance do Rezende. Tem a ação do Jean Lucas, ele está com o braço muito próximo ao corpo. Não vejo ele tendo uma ação de gatilho da cotovelada, fazendo movimento para trás. Até tem o contato com o Barros que, obviamente, acaba dando valorizada. É um movimento que o Jean Lucas está virando para fazer proteção. Não é um absurdo. A gente parte do princípio que todo contato no rosto é para amarelo. Tem debate, é discutível. Mas acho que a ação do VAR é mais em função de ser omisso no lance do Rezende.
Paulo Cesar de Oliveira comentou também o cartão amarelo de Sanabria, no segundo tempo. O atacante do Bahia foi advertido por falta em Puma Rodríguez, e o árbitro recebeu a recomendação de um cartão vermelho, mas manteve a decisão tomada dentro de campo. Para PC, o lance deveria resultar em expulsão.
- É distante da bola a ação que ele tem. O Puma estava distante da bola. Ele vem com a sola da chuteira distante da bola. Vem com força excessiva, pega acima do tornozelo. A perna do Puma chega a dar uma virada, entortada. Entrada muito dura.
A partida ainda teve pedidos de expulsão para Cauan Barros, por entrada em Luciano Juba logo nos primeiros minutos da etapa inicial. Para PC, a arbitragem acertou neste lance.
Depois da partida, os dois treinadores reclamaram da arbitragem em São Januário. Rogério Ceni defendeu Jean Lucas e disse que não houve cotovelada. Ele também citou lances envolvendo Luciano Juba e Gilberto e apontou falta de critérios do árbitro de vídeo.
"Um jogo importante definido por um cara no ar-condicionado do VAR, que chama no lance que ele quer, determina uma expulsão que muda tudo", disse Rogério Ceni.
- O que deixa a gente um pouco confuso são os critérios. No lance do Jean, não sei se pega, não é uma cotovelada, ele gira o corpo. E no lance do Juba, com um minuto e meio, que o volante deles vai com a mão na cara de Juba? E no lance de David, pré-escanteio, que o Gilberto está atrás dele, ele vira e dá uma mãozada? Se o Gilberto fosse dez centímetros mais baixo e pegasse no rosto, seria expulsão. Como foi no ombro - continuou o treinador.
- A gente já conhece a pressão que é feita na saída da arbitragem. Critérios distintos. Como chama o VAR no lance do Jean e do Sanabria e não chama no do Juba e do Gilberto? (...) Jogar 60 minutos com um a menos aquie com o VAR totalmente favorável ao time da casa. As nossas são chamadas, as deles não são - finalizou.
Assim como Rogério Ceni, Fernando Diniz citou falta de critério da arbitragem. Mas, no entendimento do treinador do Vasco, a falha foi não expulsar Rezende e Sanabria pelas entradas em Philippe Coutinho e Puma Rodríguez.
- Acredito que, mesmo tendo a expulsão, o outro lance foi para expulsão claramente. E o critério de se apitar foi modificando. Começa com um jeito de deixar o jogo correr mais, depois tem a expulsão, aí começa a picotar o jogo. O juiz era o quarto árbitro lá em Porto Alegre, os caras fizeram cera desde o início do jogo e não fez menção em nenhum momento em dar cartão amarelo. E o Léo Jardim vai ser nos próximos anos o único goleiro expulso no Brasil por conta do que aconteceu lá no sul de o juiz achar que estava fazendo cera - disse Fernando Diniz.
Bahia e Vasco voltam para campo neste fim de semana, por compromissos válidos pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cariocas recebem o Cruzeiro às 18h30 (de Brasília) deste sábado, mais uma vez em São Januário. Já os baianos enfrentam o Palmeiras às 16h (de Brasília) deste domingo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova.