A cúpula da CBF foi quem determinou o afastamento dos árbitros Ramon Abatti Abel e Lucas Casagrande por conta dos erros no apito no clássico São Paulo x Palmeiras e Red Bull Bragantino x Grêmio.
Abatti Abel, que é árbitro Fifa, deixou de dar um pênalti claro de Allan em Tapia no clássico, além de não ter expulsado Andreas Pereira por uma entrada com a sola.
Inicialmente, a comissão de arbitragem não queria puni-los, preferindo outro tipo de medida. O coordenador do grupo, Rodrigo Martins Cintra, defende que o afastamento não é o ideal pois perde-se um árbitro na escala.
Mas o presidente da CBF, Samir Xaud, entendeu que, pelo tamanho do erro, Abatti Abel precisava ser mandado para o treinamento e avaliação interna. Lembremos que o presidente do São Paulo, Julio Casares, ligou para Xaud.
A cúpula da confederação passou a voltar mais os olhos para o tema arbitragem depois de ter tocado dois projetos prioritários, reforma do calendário e Fair Play Financeiro (este ainda inconcluso).
E há uma clara insatisfação de Xaud e seus pares com o rendimento do apito nacional. As estatísticas que a comissão de arbitragem costuma exibir, com grande maioria de acertos, não refletem a visão da cúpula da CBF.
A questão é que ainda se discute dentro da confederação qual o melhor plano para melhoria da arbitragem. Acredita-se, nos debates iniciais, que não adianta uma intervenção por fazer, sem que seja estudada antes. O tema vai até ser desenvolvido dentro de um centro de inteligência da CBF, que vai procurar as melhores práticas.
Por isso, Martins Cintra, por enquanto, não está ameaçado. Mas ele será melhor avaliado ao final das competições do ano. O ex-árbitro foi escolhido ainda na gestão de Ednaldo Rodrigues para substituir Wilson Seneme.
No anúncio, foi determinado que um centro de especialista - composto com dois árbitros estrangeiros e um brasileiro - faria pareceres sobre os erros e acertos nas rodadas. Mas não há relatórios publicados desde o final de agosto.